A hipertensão arterial (HA), ou pressão alta****, é um problema de saúde pública no mundo todo. No Brasil, cerca de 30% da população tem a patologia, que ocorre quando a medida da pressão arterial (PA) se mantém normalmente acima de 140 × 90 mmHg. A doença afeta os vasos sanguíneos, com comprometimento cardíaco, renal e da circulação dos membros inferiores, e inclusive, pode levar à perda da visão por comprometer a circulação ocular. Em cerca de 90% dos casos, o determinante para o acometimento da doença é genético, no entanto, há fatores que influenciam o aparecimento da condição, como tabagismo; abuso do consumo de bebidas alcoólicas; estresse; obesidade; ingestão excessiva de sal; taxas elevadas de colesterol e sedentarismo.
Nesta matéria, confira mais detalhes sobre as causas da enfermidade, mitos e verdades sobre a hipertensão e como o estilo de vida pode contribuir para a saúde cardíaca.
Os dados publicados podem variar de acordo com a metodologia utilizada. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, 21,4% (IC 95% 20,8-22) dos adultos brasileiros relataram ter hipertensão arterial, enquanto, pelas medidas de pressão arterial obtidas e o uso de medicamentos para essa finalidade, o percentual de adultos com PA maior ou igual a 140 × 90 mmHg chegou a 32,3% (IC 95% 31,7- 33).
Também foi observado que a prevalência de HA foi maior entre os homens e que aumenta com a idade, tanto que atinge mais de 70% dos indivíduos acima de 70 anos. No intervalo de uma década, entre 2008 e 2017, foram estimadas 667.184 mortes atribuídas à HA no Brasil. Assim, é fundamental reconhecer e corrigir precocemente os fatores de risco modificáveis que são controle do peso; prática de atividades físicas regulares; estilo de vida com dieta saudável (redução da ingestão de sódio e priorização de alimentos ricos em fibras); interrupção do tabagismo; diminuição do consumo de álcool; controle do estresse emocional e, mais recentemente, o conceito de espiritualidade como fator modulador das situações do cotidiano.
De acordo com a Dra. Claudia Bernoche, coordenadora do Pronto-socorro Cardiológico do Hospital Nove de Julho: “Nos últimos 20 anos, o número de hipertensos aumentou sensivelmente no Brasil e no mundo e se deve, principalmente, ao estilo de vida moderno, com horas excessivas de trabalho; aumento do consumo de alimentos industrializados – pela dificuldade de fazer a própria refeição em casa – manutenção do tabagismo; consumo de álcool, inclusive entre os jovens e maior notificação dos dados nos grandes bancos de informação".
O que faz a pressão subir?
A hipertensão arterial é provocada pela resistência e o endurecimento dos vasos sanguíneos. Por consequência, o coração precisa fazer muito mais força para bombear o sangue, o que sobrecarrega o órgão. Esse acontecimento pode surgir naturalmente no organismo, porém, em alguns casos, pode se agravar por determinados fatores de risco.
Fatores não modificáveis:
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Idade;
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Genética;
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Etnia;
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Sexo.
Fatores modificáveis:
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Sedentarismo;
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Consumo de bebidas alcoólicas;
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Obesidade;
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Consumo demasiado de sal;
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Outros fatores de risco que intensificam a ocorrência da PA, como tabagismo, colesterol alto e diabetes.
Segundo a Dra.Claudia Bernoche,“É possível prevenir a condição com mudanças no estilo de vida, que influenciam o desenvolvimento da doença", reforça.
Sintomas da pressão alta
Normalmente, ela é uma doença silenciosa, e os sintomas mais comuns que indicam a hipertensão só costumam aparecer quando a pressão já está muito alta: dores no peito; tontura; dor de cabeça; zumbido no ouvido; sangramento nasal; fraqueza e visão embaçada.
O que fazer para baixar a pressão rapidamente em caso de hipertensão?
De acordo com a especialista, “Primeiramente, é necessário verificar se a pressão foi aferida em condições ideais de repouso e com a posição correta do braço e se o aparelho está funcionando de acordo com as normas do fabricante. Caso seja confirmada a elevação da pressão, procure ficar calmo e em repouso. Tente relaxar e descansar. Se faz uso de medicamentos e está no horário, tome-os prontamente".
Práticas para baixar a pressão naturalmente e prevenir a hipertensão
Embora a pressão alta não tenha cura, pode ser controlada e tratada. E apenas o médico pode indicar a melhor abordagem para cada pessoa, como o uso de medicamentos. Além disso, é fundamental manter um estilo de vida com hábitos saudáveis, com a adoção de algumas ações:
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Praticar atividades físicas regularmente;
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Conservar o peso adequado por meio da boa alimentação;
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Não exagerar no consumo de sal;
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Parar de fumar;
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Controlar o diabetes;
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Evitar o consumo demasiado de álcool;
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Ter momentos de lazer;
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Evitar o estresse nas atividades diárias;
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Realizar exames preventivos anualmente ou quando indicado pelo médico.
Entendendo o valor da pressão arterial
O nível saudável de pressão arterial de um adulto em repouso é 12 × 8 ou 120 (sistólica) × 80 (diastólica) mmHg. Quando a pressão alcança ou ultrapassa
14×9, é caracterizada hipertensão. Em casos assim, é necessário procurar atendimento médico para que sejam evitadas complicações pela falta de tratamento adequado.
Já a pressão baixa, chamada de hipotensão, é identificada quando esses valores estão menores que 10×6 – tais níveis de pressão podem ou não vir a causar sintomas como enjoo, tontura e até mesmo desmaio.
Que médico procurar em caso de pressão alta?
A hipertensão arterial deve ser regularmente aferida: uma vez ao ano, depois dos 20 anos. Ao notar que ela se mantém alta ou tem tendência a subir, é preciso tratamento, já que esse quadro possibilita o desenvolvimento de derrames e problemas cardiovasculares.
Uma pergunta recorrente é: que médico trata a pressão alta? O cardiologista é o especialista para acompanhar o paciente e ajudar a prevenir eventos cardíacos graves e manter a saúde do coração.
A Dra. Claudia Bernoche faz um alerta: “O aumento do estresse da vida moderna leva à ocorrência de aterosclerose precoce, o que pode servir como gatilho para eventos como infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico, perda da visão e complicações renais a médio e curto prazo".
Ela reforça ainda que os benefícios do tratamento são a curto e a longo prazo e previnem também a ocorrência de doenças associadas à hipertensão arterial, como obesidade, diabetes mellitus, doenças pulmonares e hepáticas, pelo estilo de vida adotado.
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