Dr. Daniel Giansante Abud - Coordenador da equipe de Neurorradiologia Intervencionista do Hospital Nove de Julho
Artigo originalmente publicado em 2017 e atualizado em 2023.
A cada ano, estima-se que 100 mil mortes sejam causadas por Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Brasil, de acordo com dados recentes do Ministério da Saúde.
O número é alarmante, porém o quadro pode ser revertido com adoção de hábitos saudáveis e medidas preventivas, já que estresse, obesidade, abuso de álcool e cigarro estão entre os fatores evitáveis da doença.
O que é AVC?
Mais conhecido como “derrame”, o AVC é um mal súbito causado pelo entupimento de uma artéria ou um sangramento do sistema nervoso central.
Tipos de AVC
São essas as variações usadas para classificar os dois tipos de Acidente Vascular Cerebral:
AVC Hemorrágico
Neste caso, o acidente pode ser causado pelo rompimento de uma artéria portadora de um aneurisma, resultando em um sangramento que pode ter consequências graves, muitas vezes levando à morte.
Esse problema afeta pessoas de todas as idades, espacialmente as mulheres pós-menopausa, tendo como principais causas: a hipertensão arterial, tabagismo e problemas na coagulação. Apesar de ser o AVC mais grave, este é o tipo menos comum, correspondendo a 20% dos casos.
AVC Isquêmico
Este tipo de AVC é causado pelo entupimento de uma ou mais artérias, interrompendo o fluxo sanguíneo em algumas regiões do cérebro e interferindo nas funções neurológicas. Ele é mais frequente em pessoas mais velhas.
As causas principais do AVC Isquêmico são as arritmias cardíacas e placas de colesterol nas artérias carótidas (aterosclerose), que têm como fatores de risco o colesterol alto, diabtes, hipertensão arterial e cigarro.
Sintomas de AVC
Por serem súbitos, os sintomas de AVC aparecem de forma rápida e podem variar de acordo com o local da lesão cerebral e com o indivíduo. Além disso, podem aparecer isoladamente ou combinados. Os mais comuns são:
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Perda de força nos membros de um dos lados do corpo (ou dos dois lados);
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Alteração da sensibilidade ou sensação de formigamento nos membros de um dos lados do corpo;
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Perda súbita de visão em um ou nos dois olhos;
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Dores de cabeças intensas e súbitas;
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Dificuldade para falar;
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Dificuldade de compreender o que outros estão falando;
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Perda repentina do equilíbrio e vertigem;
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Náuseas e vômito.
Fatores de risco
Algumas das causas de AVC não podem ser modificadas, como idade e predisposição genética. Porém, a maior parte dos fatores de risco pode ser evitada, identificada precocemente e tratada, como a hipertensão arterial, o diabetes, a obesidade e doenças cardíacas.
Alguns hábitos comportamentais também são considerados fatores de risco para o AVC, como o sedentarismo, o consumo de álcool, o tabagismo e o estresse.
Tratamento
Ao identificar um dos sintomas de AVC , é importante que o paciente seja imediatamente encaminhado a um recurso de emergência, pois quanto antes for feito o atendimento, menor será o risco de sequelas.
O tratamento imediato do paciente depende da gravidade da lesão e geralmente envolve ações emergenciais para minimizar as sequelas, como trombólise, anticoagulação, uso de antiagregantes e até mesmo cirurgias.
Posteriormente, uma terapia com equipe multidisciplinar composta médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros, será necessária para a reabilitação das funções afetadas.
O Hospital Nove de Julho é referência quando o assunto é AVC
O hospital possui a Certificação de Centro Avançado de Acidente Vascular Cerebral, concedida pela World Stroke Organization (WSO) junto à Sociedade Ibero-Americana de Doenças Cerebrovasculares (SIECV), que atesta a qualidade das instituições de saúde no que se refere à estrutura, assistência e tratamento do AVC.