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Oncologia

7 minutos de leitura

Câncer de mama tem tratamento: diagnóstico precoce é fundamental

Na maioria das vezes, os tumores de mama não apresentam sintomas nas fases iniciais e são detectados em exames de rotina
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Dra. Bruna Migliavacca Zuchetti - Oncologista Atualizado em 16/09/2024
Câncer de mama

O câncer de mama é uma das formas mais comuns da doença entre as mulheres de todo o mundo. A conscientização e o diagnóstico precoce são essenciais para aumentar as chances de sucesso no tratamento e cura. Continue a leitura para saber detalhes dos tipos, como é o diagnóstico, as abordagens terapêuticas disponíveis e se é possível prevenir.

O que é câncer de mama?

O câncer de mama ocorre quando há um crescimento descontrolado das células na região mamária, podendo afetar diversas partes da mama.

Ele pode começar em diferentes partes da mama, como nos lóbulos, que são responsáveis pela produção de leite, ou nos ductos, que transportam o leite até o mamilo. Também pode afetar o tecido conjuntivo que sustenta a estrutura da mama.

A condição geralmente se manifesta como um nódulo ou massa na mama, mas as células cancerosas podem se espalhar para os linfonodos próximos e para outras partes do corpo, um processo conhecido como metástase.

Quais são os sintomas de câncer de mama?

Na maioria das vezes, os tumores de mama não apresentam sintomas nas fases iniciais, o que faz com que sejam frequentemente detectados durante exames de rotina, como mamografias e ultrassonografias das mamas.

Veja abaixo alguns sinais que podem indicar câncer de mama:

  • Nódulo na mama ou na axila, que geralmente não causa dor. Esse nódulo costuma ter uma forma irregular e permanece na mesma localização.

  • Eritema, ou seja, vermelhidão na mama, que pode dar à pele uma aparência semelhante à de uma "casca de laranja".

  • Secreção nos mamilos.

  • Retração e assimetria de mamas.

Quais são as características de um nódulo maligno na mama?

Um nódulo maligno na mama costuma apresentar características distintas. Em geral, têm contornos irregulares e formas indefinidas, diferentemente dos nódulos benignos, que tendem a ser arredondados e bem delimitados.

Além disso, nódulos malignos são frequentemente duros e firmes ao toque, podem crescer rapidamente e geralmente permanecem fixos, sem se mover facilmente em relação ao tecido em volta.

A pele ao redor de um nódulo maligno pode apresentar alterações visíveis, como inchaço, vermelhidão ou uma aparência semelhante à "casca de laranja". Outras possíveis indicações de malignidade incluem secreção anormal e a retração dos mamilos.

Câncer de mama dói?

Geralmente, o câncer de mama não causa dor nas fases iniciais. Muitas vezes, os nódulos malignos são indolores e podem ser descobertos durante exames de rotina, como mamografias.

No entanto, à medida que a doença avança, pode haver dor associada, especialmente se o câncer se espalha para os tecidos ao redor.

Tipos de câncer de mama

Os tipos de câncer de mama mais comuns são:

Carcinoma ductal invasivo: começa nos ductos mamários e se espalha para o tecido mamário ao redor. É o tipo mais comum e pode exigir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapia hormonal.

Doença de Paget: câncer raro que afeta a pele do mamilo e pode estar associado a carcinoma ductal. Sintomas incluem vermelhidão e descamação do mamilo, e o tratamento geralmente é cirúrgico, podendo incluir radioterapia.

Câncer de mama inflamatório: tipo raro e agressivo onde células bloqueiam vasos linfáticos, causando inchaço e vermelhidão. Pode não formar nódulo palpável e o tratamento inclui quimioterapia, cirurgia e radioterapia.

Quais são os fatores de risco?

O câncer de mama pode ser influenciado por diversos fatores, incluindo questões hormonais e hábitos de vida. Entre os principais fatores de risco estão:

Gênero: embora homens também possam desenvolver câncer de mama, as mulheres têm muito mais chances de ser diagnosticadas.

Idade: o risco de câncer de mama aumenta com a idade, sendo mais comum em mulheres acima de 50 anos.

Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau com câncer de mama, principalmente se foram diagnosticados cedo, aumenta o risco.

Questões genéticas: mutações genéticas, como BRCA1 e BRCA2, podem aumentar o risco de câncer de mama. Essas mutações podem ser herdadas e são mais frequentes em alguns grupos familiares.

Obesidade: o excesso de peso está associado a um aumento na produção de hormônios como o estrogênio, que pode elevar o risco de câncer de mama.

Menarca precoce e menopausa tardia: iniciar a menstruação antes dos 12 anos ou entrar na menopausa mais tarde pode aumentar a susceptibilidade à doença.

Gravidez tardia ou nunca ter engravidado.

Reposição hormonal: o uso prolongado de terapias hormonais na menopausa pode ser um fator de risco para o câncer de mama.

Álcool e tabagismo: o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo podem danificar o DNA celular e alterar o metabolismo hormonal, aumentando o risco de câncer.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do câncer de mama envolve diversos procedimentos que ajudam a identificar a presença e a extensão da doença.

Após detectar alterações iniciais, pode ser indicado exames clínicos realizados por um ginecologista ou mastologista. Esse exame envolve a palpação e inspeção visual das mamas para identificar possíveis nódulos ou alterações.

A mamografia é um exame de imagem essencial para o rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama, utilizando raios-X para criar imagens detalhadas das mamas e detectar nódulos ou calcificações suspeitas.

Quando necessário, a ultrassonografia das mamas é utilizada para fornecer mais informações sobre nódulos identificados, ajudando a distinguir entre massas sólidas e cistos.

A ressonância magnética das mamas, por sua vez, é usada para avaliar a extensão da doença em casos já diagnosticados, oferecendo imagens mais detalhadas.

A confirmação do câncer é feita por meio de uma biópsia, que envolve a remoção e análise de uma amostra de tecido mamário.

Estadiamento de câncer de mama

O estadiamento do câncer descreve a localização do tumor, sua disseminação e se está afetando outros órgãos. Saber o estágio do câncer determina o tratamento adequado e indica o prognóstico.

O estadiamento começa no estágio 0, conhecido como carcinoma in situ, e varia de I a IV. Estágios mais avançados, como o IV, indicam uma doença mais grave e disseminada. Veja detalhes abaixo:

Estágio I: o tumor está presente, mas mede menos de 2 cm e não afeta as glândulas linfáticas da axila. O diagnóstico pode ser realizado por meio de autoexames, mamografias ou outros exames. O tratamento é local e moderado, geralmente envolvendo cirurgia e radioterapia.

Estágio II: o tumor mede entre 2 e 5 cm e já se espalhou para alguns linfonodos próximos. O tratamento normalmente inclui cirurgia e radioterapia, além de quimioterapia ou medicamentos específicos.

Estágio III: o tumor excede 5 cm e se espalhou para múltiplos linfonodos próximos, podendo afetar músculos e pele. A maioria dos casos de câncer de mama no Brasil é detectada neste estágio, e o tratamento envolve cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Estágio IV: o câncer se espalhou para glândulas linfáticas e outros órgãos, caracterizando uma metástase. Esta fase é conhecida como câncer de mama metastático ou avançado. O tratamento inclui terapias sistêmicas, como hormonoterapia e quimioterapia

Como é feito o tratamento?

Antigamente, era comum que mulheres diagnosticadas com câncer de mama fossem submetidas imediatamente a uma mastectomia radical, que envolvia a remoção total das mamas. Atualmente, o foco é em tratamentos que busquem preservar a mama e melhorar a qualidade de vida da paciente.

Atualmente, as opções de tratamento para câncer de mama incluem:

Cirurgias: em estágios iniciais, pode-se optar pela remoção apenas do tumor ou pela mastectomia parcial ou total da mama, conforme a necessidade.

Quimioterapia: consiste no uso de medicamentos para combater o câncer, administrados por via intravenosa ou oral.

Radioterapia: utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas, frequentemente indicada após a cirurgia para prevenir a recidiva.

Terapia alvo: envolve o uso de medicamentos para bloquear alterações moleculares específicas associadas a certos tipos de tumor.

Imunoterapia: ajuda o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células tumorais.

Testes genômicos como Endopredict®, que ajuda a prever a chance de recorrência precoce e tardia do câncer de mama e permite identificar, com maior exatidão, quais pacientes podem realmente se beneficiar da quimioterapia.

Câncer de mama tem cura?

Sim, o câncer de mama pode ser curado, principalmente quando diagnosticado e tratado precocemente.

Tumores em estágios iniciais apresentam uma maior chance de cura em comparação com estágios mais avançados. A eficácia do tratamento depende do tipo específico de câncer, das características do tumor, e da combinação de terapias empregadas, que podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia.

Além disso, a resposta individual ao tratamento varia, e a saúde geral da paciente desempenha um papel importante na cura do câncer. Portanto, a detecção precoce e um tratamento adequado são essenciais para melhorar as chances de sucesso e a recuperação.

Após a conclusão do tratamento e a remissão do câncer, a paciente deve manter consultas regulares com o oncologista e realizar exames de acompanhamento para monitorar possíveis recidivas.

Núcleo de Mama do Hospital Nove de Julho

O Núcleo de Mama do Hospital Nove de Julho é um centro de excelência dedicado ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama.

Com uma equipe multidisciplinar composta por oncologistas, cirurgiões, radiologistas e enfermeiros especializados, o núcleo oferece uma abordagem integrada e personalizada para cada paciente.

Utilizando tecnologias avançadas, como mamografia digital, ultrassonografia e ressonância magnética, o hospital garante um diagnóstico preciso e precoce.

Outubro Rosa e prevenção do câncer de mama

O Outubro Rosa é uma campanha anual que visa aumentar a conscientização sobre o câncer de mama e a importância da detecção precoce. Durante todo o mês de outubro, diversos eventos e ações são realizados para educar a população sobre os sinais e sintomas da doença, além de promover a realização de exames de rastreamento, como a mamografia.

A campanha é fundamental para encorajar as mulheres a se cuidarem e a buscarem orientação médica regular, contribuindo para a detecção precoce e, consequentemente, para um tratamento mais eficaz e um melhor prognóstico.

No entanto, vale lembrar que a prevenção do câncer de mama não deve se limitar apenas ao mês de outubro. Manter os cuidados ao longo do ano é essencial para a saúde das mamas.

Entre as práticas de prevenção recomendadas durante os anos, estão:

  • Realizar exames de rotina, como a mamografia, a partir dos 40 anos.

  • Evitar o excesso de peso corporal.

  • Praticar atividade física regularmente.

  • Evitar o consumo de álcool e tabaco.

  • Fazer acompanhamento médico ao realizar reposição hormonal.

  • Adotar uma alimentação saudável.

  • Amamentar, se possível.

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