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Câncer de ovário: saiba como são feitos o diagnóstico e o tratamento

Condição costuma ser investigada, a princípio, por exames de imagem e de sangue
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Dra. Mariana Scaranti - Oncologista Atualizado em 29/08/2024
Câncer de ovário

Entre os tumores ginecológicos, o câncer de ovário é o segundo mais comum no Brasil e o que apresenta maior mortalidade.

Essa doença geralmente não causa sintomas nas fases iniciais. Por outro lado, nas fases avançadas, pode haver aumento do volume abdominal e sensação de empachamento – sendo fundamental buscar uma avaliação médica.

O que é câncer de ovário?

O câncer de ovário é um tumor que se inicia no órgão reprodutivo feminino, caracterizado pelo crescimento progressivo e desordenado de células que tem a capacidade de disseminação para outros órgãos (principalmente para o peritônio, uma membrana que reveste os órgãos abdominais).

Existem diferentes tipos de câncer de ovário, que se originam a partir de diferentes células. Aproximadamente 95% destes tumores se originam das células epiteliais (que cobrem a superfície externa do ovário). Mas a doença também pode surgir das células que produzem óvulos (nesse caso, recebendo o nome de tumores de células germinativas) ou do cordão do estroma sexual.

O que causa câncer de ovário?

Os principais fatores de risco para os tumores de ovário são:

  • Idade avançada (o risco de tumor de ovário aumenta com o passar dos anos, sendo a maioria diagnosticada por volta de 63 anos);
  • Primeira menstruação em idade jovem (com menos de 12 anos) ou menopausa tardia (com mais de 52 anos);
  • História reprodutiva marcada pela ausência de gestação ou pela primeira gestação com mais de 35 anos;
  • Endometriose;
  • Obesidade;
  • História familiar de câncer de ovário e mama;
  • Variantes patogênicas (mutações) no gene BRCA 1 ou no gene BRCA 2.

É importante entender que ter um ou mais fatores de risco não significa que a pessoa definitivamente desenvolverá tumores ovarianos. No entanto, é essencial estar ciente desses fatores e discuti-los com um ginecologista ou um oncologista.

Quais são os sintomas de câncer no ovário?

Em fases iniciais, as pacientes com câncer de ovário costumam permanecer assintomáticas.

Já os principais sintomas da doença avançada são aumento do volume abdominal e sensação de empachamento. Além dessas manifestações, também podem estar presentes: dor ou desconforto abdominal, lesão palpável, náuseas, indigestão, gases, falta de apetite, cansaço, perda de peso sem motivo e alteração do hábito intestinal ou urinário.

Como é feito o diagnóstico?

Diante da suspeita de câncer de ovário, alguns exames podem ajudar no diagnóstico. Geralmente são solicitados exames de imagem (tomografia, ultrassonografia e ressonância magnética) e de sangue (marcador tumoral CA-125).

O diagnóstico definitivo é cirúrgico, sendo realizado pela avaliação anatomopatológica – ou seja, pela biópsia conduzida após a retirada de um pedaço do tumor.

Vale dizer que não há estratégia eficaz de rastreamento para este câncer, como existe para o câncer de mama (com a mamografia) e para o câncer de colo uterino (com o Papanicolau). Por isso, é fundamental buscar ajuda médica em caso de sintomas.

E embora seja difícil detectar o câncer de ovário precocemente, em algumas situações – se houver histórico familiar e for identificada uma mutação germinativa (passada de geração em geração) – é possível adotar medidas preventivas para evitar o desenvolvimento desse tipo de tumor.

Exames genéticos para câncer no ovário

Todas as pacientes com tumor epitelial de ovário devem realizar testagem genética, independentemente da história familiar. Os exames costumam ser feitos a partir de uma amostra de sangue ou de saliva.

Preferencialmente, sugere-se a realização de um painel genético de mama e ovário ou um painel genético expandido que teste BRCA 1, BRCA 2 e outros genes que podem estar associados ao desenvolvimento da doença.

Se encontrada a mutação germinativa (aquela que é passada de geração em geração), deve-se realizar testes genéticos nos demais familiares, uma vez que podem ser implementadas medidas preventivas para os portadores da mutação, como a retirada das mamas, ovários e trompas de forma profilática.

Há ainda a possibilidade de indicar o teste somático (do tumor) para casos específicos (carcinomas serosos de alto grau primários do ovário, tuba uterina ou peritônio ou carcinoma endometrioide FIGO G3 primário do ovário estádio III ou IV), pois ele pode auxiliar a planejar o tratamento se o resultado for positivo para deficiência de recombinação homóloga (quando há alteração de genes ou instabilidade genômica em vias que fazem o reparo do DNA).

Qual é o tratamento para câncer no ovário?

A definição do tratamento depende de uma série de fatores, como o tipo de tumor, o estadiamento (grau de disseminação) e a condição clínica da paciente.

De uma forma geral, em tumores muito iniciais, a cirurgia isolada pode ser oferecida. Porém, a maioria dos tumores são diagnosticados em fases mais avançadas, já que as pacientes costumam ser assintomáticas na fase inicial da doença. Portanto, o tratamento do câncer de ovário costuma envolver cirurgia e quimioterapia.

Idealmente a cirurgia é o procedimento inicial, mas ela está indicada apenas quando é possível a ressecção de todo o tumor. Caso não seja possível, a quimioterapia é realizada antes do procedimento cirúrgico com o intuito de reduzir o tumor e viabilizar a sua retirada completa.

Outras modalidades de tratamento podem ser utilizadas a depender do caso, como o bevacizumabe e os inibidores da PARP (olaparibe e niraparibe), que são terapias-alvo para as pacientes com variantes patogênicas nos genes BRCA 1 ou 2 ou deficiência de recombinação homóloga.

Câncer de ovário tem cura?

A depender do estágio, o câncer de ovário tem cura. Para quadros muito avançados, o intuito do tratamento é o controle da doença.

Oncologia Ginecológica no Hospital Nove de Julho

O tratamento do câncer de ovário deve envolver uma abordagem multidisciplinar de especialistas em todas as etapas, desde o diagnóstico ao tratamento, colocando a jornada do paciente no centro do cuidado para um tratamento assertivo, personalizado e humanizado.

O Hospital Nove de Julho dispõe de uma rede estruturada de profissionais especializados e capacitados para o tratamento exclusivo de tumores ginecológicos, com reuniões semanais para discussão de casos.

O hospital conta ainda com uma estrutura física que permite a realização dos procedimentos necessários para um tratamento de excelência, bem como o acesso a inovação e pesquisa clínica, cumprindo padrões de qualidade e segurança para um atendimento centrado no paciente.

Entre as condições atendidas pela equipe de Oncologia Ginecológica do Nove de Julho, estão:

  • Câncer de ovário;
  • Câncer de colo de útero e displasia de colo uterino;
  • Câncer de endométrio;
  • Neoplasia trofoblástica gestacional;
  • Câncer vaginal ou vulvar e displasia vulvar.

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