Diagnóstico envolve o exame de toque retal, que ajuda a detectar alterações na próstata
O câncer de próstata é um dos tipos mais comuns de câncer no Brasil, sendo o segundo tumor maligno mais frequente em homens (atrás somente do câncer de pele não melanoma). Essa também é uma doença mais prevalente em idosos, que costuma atingir sobretudo indivíduos acima de 60 anos de idade.
O que é câncer de próstata?
A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga. Ela faz parte do sistema reprodutor masculino e tem como função principal produzir substâncias que nutrem e protegem o sêmen. Quando ocorre uma proliferação anormal e descontrolada das células da próstata, configura-se o câncer de próstata.
Em grande parte dos casos, esse tumor maligno se desenvolve de forma bastante lenta e não representa uma ameaça à vida dos pacientes. Porém, também há casos mais agressivos, em que se observa um rápido crescimento do tumor e, eventualmente, metástase (espalhamento para outros órgãos).
Cabe destacar ainda que a maioria dos tumores de próstata podem ser diagnosticados em fases precoces. Além disso, às vezes estes tumores não precisam ser tratados diretamente, podendo ser apenas observados. E é pertinente dizer que, nos casos em que é necessária uma intervenção terapêutica, estão disponíveis tratamentos que oferecem chances elevadas de cura — através de cirurgia radical ou radioterapia.
Quais são as causas do câncer de próstata?
A causa exata do câncer de próstata não é conhecida. Mas sabe-se que alguns fatores estão associados a um maior risco de desenvolvimento da doença, como:
· Idade avançada: tumores de próstata são mais prevalentes em idosos, atingindo sobretudo indivíduos acima de 60 anos de idade;
· Hábitos de vida responsáveis pela presença da síndrome metabólica: sedentarismo, obesidade e consumo excessivo de açúcares refinados (tais como doces e alimentos muito processados);
· Predisposição genética ou histórico familiar de câncer de próstata: tais fatores podem contribuir para o surgimento do câncer da próstata, mas são causas raras.
Sintomas de câncer de próstata
Geralmente, o câncer de próstata em estágio inicial não provoca manifestações. Em quadros mais avançados, pode haver dor óssea e dificuldade para andar.
Vale observar que sintomas relacionados à micção, como a sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga após urinar, podem indicar e geralmente indicam outras doenças além do câncer – principalmente a hiperplasia benigna da próstata (aumento não canceroso dessa glândula), que é a maior causa das dificuldades para urinar. Por isso, é fundamental consultar um urologista.
Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata?
O exame de próstata e a dosagem de PSA são de extrema importância para o diagnóstico do câncer de próstata. O exame de próstata, também chamado de exame de toque retal, é feito em consultório e leva apenas alguns segundos. Durante o procedimento, o médico insere o dedo indicador (lubrificado e protegido por uma luva) no ânus do paciente, com o intuito de avaliar eventuais alterações no tamanho e na consistência da próstata, bem como a presença de nódulos.
Já a dosagem de PSA é feita a partir de uma coleta simples de sangue. Resultados muito elevados podem estar associados a doenças (incluindo câncer de próstata e outras condições não cancerosas, como hiperplasia prostática benigna e infecções chamadas de prostatites). Além disso, o médico pode solicitar um exame de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética, para investigar lesões suspeitas.
A confirmação do diagnóstico do câncer de próstata é feita por biópsia – ou seja, pela retirada de uma amostra de tecido da próstata para análise em laboratório.
Como é feito o tratamento?
Existem diversas abordagens terapêuticas disponíveis. Em geral, tumores restritos à próstata podem ser tratados com cirurgia (remoção da próstata e estruturas próximas, atualmente melhor realizada através da técnica de cirurgia robótica) e/ou com radioterapia. Se o quadro for de baixo risco, também é possível optar pela vigilância ativa – ou seja, manter um monitoramento constante e intervir apenas se houver progressão da doença.
Mais recentemente, têm surgido modalidades de tratamento que atuam sobre os nódulos localizados na próstata, sem que seja necessário o tratamento da próstata inteira. As técnicas mais utilizadas para este tipo de tratamento focado são o HIFU (tratamento por radioablação) e o Nanoknife (tratamento por corrente elétrica). Ambos os tratammetos ainda não estão difundidos no Brasil e devem ser utilizados em casos especiais — como quando o urologista tem certeza, através dos exames de imagem mais precisos (ressonância magnética com PET CT Scan com PSMA), de que o tumor está localizado apenas em um dos lados da próstata.
Para casos mais avançados, além da radioterapia e da cirurgia, o tratamento hormonal também pode ser considerado. Tal abordagem é realizada por meio de medicamentos que visam bloquear a testosterona, pois esse hormônio pode favorecer o crescimento do tumor. Se a resposta à terapia hormonal não for satisfatória, pode haver indicação de quimioterapia.
Câncer de próstata tem cura?
Sim, é possível curar o câncer de próstata. Mas isso depende de vários fatores, como o estágio da doença, a agressividade do câncer e a saúde geral do paciente.
A chance de cura é maior quando o tumor possui um comportamento biológico de pouca agressividade e, nestes casos, permite que seja identificado ainda em estágios iniciais e sem sinais de disseminação à distância. Por esse motivo, é importante que homens a partir de 50 anos consultem um urologista para discutir, com base no seu caso particular, a necessidade de realizar periodicamente o exame de toque retal e a dosagem de PSA. Essa prática se faz mais necessária nas situações em que há casos familiares próximos de câncer de próstata, em especial pai e/ou irmão.
Dicas para prevenir o câncer de próstata
Hábitos saudáveis são fundamentais na prevenção de doenças, inclusive de tumores malignos. Entre as medidas que podem ajudar a prevenir o câncer de próstata, estão:
· Manter um peso saudável;
· Não fumar;
· Fazer atividades físicas regularmente;
· Ter uma alimentação equilibrada e diversificada,
Vale dizer que, idealmente, a dieta deve ser rica em vegetais, hortaliças e frutas, além de conter componentes integrais, evitando, tanto quanto possível, a ingestão de açúcar ou amido (batata, macarrão e arroz) processado. Sempre deve-se dar prioridade aos alimentos integrais — estes, quando ingeridos em quantidades moderadas ajudam a evitar doenças como obesidade, diabetes, entre outras.
Oncologia no Hospital Nove de Julho
O Hospital Nove de Julho dispõe do Centro de Oncologia, que conta com uma estrutura completa para cuidar integralmente dos pacientes: há Centro Cirúrgico equipado com robôs de alta tecnologia, Centro de Diagnósticos, Internação, UTI e Pronto-Socorro 24h para adultos e crianças.
O corpo clínico, formado por oncologistas e especialistas complementares (como geneticista, nutrólogo, vascular e radioterapeuta), é altamente capacitado para acolher e orientar os indivíduos em todas as etapas do diagnóstico e do tratamento.
O Centro de Oncologia do H9J fica em um bloco exclusivo, fora do ambiente hospitalar, localizado na Rua Peixoto Gomide, 613 - Jardim Paulista.