Doença está associada ao excesso de radiação ultravioleta, que pode decorrer da exposição solar inadequada e do uso de câmaras de bronzeamento artificial
O câncer de pele é o tumor maligno mais frequente no Brasil, de acordo com dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer). Essa doença consiste na proliferação anormal e descontrolada das células da pele (queratinócitos da camada basal) e pode se apresentar de diversas formas, sendo a mais comum o carcinoma basocelular nodular.
O que é carcinoma basocelular?
O carcinoma basocelular é um tipo de câncer de pele não melanoma – ou seja, cuja origem são outras células que não as produtoras da melanina. Esse tumor surge nas células basais,
que compõem a camada mais profunda da epiderme (que, por sua vez, é a camada mais superficial da pele).
Geralmente, o carcinoma basocelular tem uma evolução lenta e um baixo risco de se espalhar para outras partes do corpo (metástase).
Carcinoma basocelular é maligno?
Sim, o carcinoma basocelular é um tumor maligno. Isso quer dizer que as células envolvidas na doença crescem de maneira desordenada e têm a capacidade de infiltrar os tecidos vizinhos e, embora raro, pode se espalhar para outros órgãos e tecidos, não se limitando ao local em que surgiram.
O que causa carcinoma basocelular?
A principal causa do carcinoma basocelular é o excesso de exposição à radiação ultravioleta. Esse problema costuma estar associado à luz solar, mas também pode decorrer do uso de câmaras de bronzeamento artificial.
Vale ressaltar que, justamente por causa do risco à saúde, as câmaras de bronzeamento artificial são proibidas no Brasil por determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Já a exposição à luz solar é saudável desde que seja feita com moderação e com proteção adequada. Se for excessiva, provoca danos significativos ao DNA das células da pele.
Também existem outros fatores que aumentam o risco de desenvolvimento do carcinoma basocelular, como ter pele clara, imunossupressão e/ou xeroderma pigmentoso.
Quais são os sintomas de carcinoma basocelular?
O carcinoma basocelular gera lesões cutâneas, que podem se manifestar de diversas maneiras, incluindo:
· Manchas que ardem, descamam, coçam ou sangram;
· Feridas que não cicatrizam em até quatro semanas;
· Pintas claras, que podem ser escavadas (mais profundas no centro) ou ter aparência perolada (brilhosa);
· Nódulos de aspecto grosseiro.
Tais lesões também podem ter outras características sugestivas de câncer de pele, como assimetria, bordas irregulares, variedade de cores e diâmetro maior que 6 milímetros, além de apresentar mudanças de tamanho, cor, formato ou textura ao longo do tempo.
Cabe mencionar que, às vezes, o carcinoma basocelular pode ser similar a lesões de doenças benignas (como eczema e psoríase). Por isso, é importante que cada caso seja avaliado individualmente por um médico.
Carcinoma basocelular no nariz
Muitas vezes, o carcinoma basocelular acomete áreas do corpo como couro cabeludo, ombros, orelhas, pescoço e rosto – incluindo o nariz. Essas regiões são mais suscetíveis ao tumor porque tendem a receber mais radiação solar. Além disso, a pele é mais fina, o que também pode facilitar o crescimento do tumor.
Os sintomas do carcinoma basocelular no nariz são semelhantes aos que aparecem em outras áreas do corpo. Ele costuma se manifestar como uma lesão pequena e brilhante, muitas vezes perolada, que pode ter uma coloração rosada, vermelha ou translúcida. Em alguns casos, pode haver pequenos vasos sanguíneos visíveis, e a lesão pode formar crostas ou apresentar sangramentos leves.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico inicial do carcinoma basocelular é clínico, sendo realizado a partir de um exame físico do paciente. O médico observa as características da lesão e, se necessário, utiliza um dermatoscópio, aparelho que amplia a imagem e permite a análise de camadas da pele não vistas a olho nu.
Para confirmar o diagnóstico, deve ser feita uma biópsia, ou seja, a retirada de um pequeno pedaço de tecido da área afetada para estudo anatomopatológico em laboratório.
Qual médico procurar
O médico mais adequado para avaliar alterações na pele é o dermatologista, mas o oncologista e o clínico geral também podem avaliar lesões cutâneas.
Após esta avaliação inicial e, se necessário, o dermatologista e o clínico geral podem encaminhar o paciente para um oncologista.
Qual é o tratamento para carcinoma basocelular?
O carcinoma basocelular tem baixa letalidade. Existem várias abordagens terapêuticas e, quando o diagnóstico e o tratamento são precoces, as chances de cura são altas.
A principal forma de tratamento é a cirurgia excisional, que visa remover totalmente o tumor com um bisturi, retirando também uma margem de pele sadia ao redor da lesão.
Há ainda outras opções de intervenção, como:
· Curetagem (raspagem da lesão e uso de bisturi elétrico para destruir as células tumorais);
· Criocirurgia (destruição do tumor por meio do congelamento das células tumorais);
· Cirurgia a laser (remoção das células tumorais por laser);
· Terapia fotodinâmica (destruição das células tumorais pela exposição a um tipo específico de luz);
· Radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, se a retirada da lesão não for viável ou suficiente.
Cada técnica tem suas particularidades, sendo necessária a avaliação de um médico para determinar qual é a abordagem mais adequada para cada paciente.
Como prevenir a doença
A principal medida para prevenir o carcinoma basocelular é evitar a exposição excessiva ao sol. Por isso, recomenda-se:
· Não se expor ao sol entre 10h e 16h;
· Passar protetor solar diariamente e reaplicá-lo conforme indicado na embalagem;
· Utilizar roupas com proteção UV e chapéus;
· Em ambientes abertos, permanecer em locais com sombra.
Além disso, é fundamental frisar que câmaras de bronzeamento artificial não devem ser usadas.
Oncologia no Hospital Nove de Julho
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