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Endocrinologia

5 minutos de leitura

Diabetes tipo 1: doença causa a incapacidade do corpo de produzir insulina

O diabetes tipo 1 é uma condição crônica que causa a incapacidade do corpo de produzir insulina.
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Dra. Roberta Frota Villas Boas - Endocrinologista Atualizado em 20/12/2024

O tratamento requer a administração de insulina, uma vez que o corpo não produz esse hormônio

O diabetes tipo 1 é um tipo de diabetes de origem autoimune e frequentemente associado a uma predisposição genética. Estima-se que ela corresponda a cerca de 10% dos casos da doença. Para se ter uma ideia, no Brasil, isso significa 2 milhões do total de 20 milhões pessoas com diabetes, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes. Siga com a leitura para saber mais sobre as causas, sintomas e o tratamento dessa condição.

O que é diabetes tipo 1?

O diabetes tipo 1 é uma condição crônica que causa a incapacidade do corpo de produzir insulina, um hormônio responsável pelo controle dos níveis de glicose no sangue.

A doença ocorre devido a um ataque do sistema imunológico às células do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Por isso, pessoas com diabetes tipo 1 dependem de insulina externa para regular a glicose, já que seu organismo não consegue fazer isso de forma natural.

Esse tipo de diabetes é mais comum em crianças e jovens, embora possa se desenvolver em qualquer idade.

O controle da condição envolve a administração regular de insulina, o monitoramento constante dos níveis de glicose e a adoção de hábitos saudáveis, como uma dieta nutritiva e a mais natural possível e a prática de exercícios físicos.

O que causa diabetes mellitus tipo 1?

As causas do diabetes mellitus tipo 1 são uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

Essa condição é classificada como uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca erroneamente as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina.

Com a destruição dessas células, a produção de insulina é drasticamente reduzida ou interrompida completamente.

Embora fatores genéticos possam aumentar a predisposição de um indivíduo ao diabetes tipo 1, eles não são os únicos responsáveis. Infecções virais também têm sido associadas ao desencadeamento desse processo autoimune em pessoas que já possuem uma predisposição genética.

Quais são os sintomas de diabetes tipo 1?

Entre os sintomas do diabetes tipo 1 estão:

. Aumento da sede e da fome.

. Necessidade de urinar com mais frequência.

. Cansaço extremo.

. Perda de peso inexplicada.

. Visão turva.

. Feridas que demoram a cicatrizar.

Qual é a diferença entre diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2?

A principal diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2 está nas suas causas e na forma como afetam a produção e o uso da insulina. O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico ataca as células beta do pâncreas, que produzem insulina. Manifesta-se mais frequentemente na infância ou adolescência.

Por outro lado, o diabetes tipo 2 está mais associado a fatores de estilo de vida, como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada. Diferentemente do tipo 1, não há fatores genéticos tão bem determinados, mas há uma predisposição familiar associada, ou seja, quem tem familiares com a doença tem mais chance de desenvolver a condição.

Nesse caso, o pâncreas continua a produzir insulina, mas o corpo não a utiliza eficientemente, levando à resistência ao hormônio. O diabetes tipo 2 costuma se desenvolver gradualmente e é mais comum em adultos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de diabetes tipo 1 é realizado após análise dos sintomas e confirmado por meio de exames de sangue que avaliam os níveis de glicose. Os principais exames utilizados para detecção de diabetes são:

. Teste de glicemia em jejum: o paciente deve estar em jejum por pelo menos 8 horas. Um nível de glicose igual ou superior a 126 mg/dL (7,0 mmol/L) indica diabetes.

. Teste de tolerância à glicose: mede a resposta do corpo à ingestão de glicose. O paciente é instruído a jejuar e, em seguida, ingere uma solução açucarada. A glicose é medida duas horas após a ingestão - um nível de 200 mg/dL ou mais sugere diabetes. Glicemia 1 hora após a ingestão, com valor ≥ 209 mg/dL também sugere o mesmo diagnóstico.

. Dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c): fornece uma média dos níveis de glicose no sangue nos últimos dois ou três meses. Um resultado igual ou superior a 6,5%é indicativo de diabetes.

. Dosagem de peptideo C: avalia como está a secreção pancreática de insulina.

. Anti-GAD: principal anticorpo que ataca as células beta pancreáticas. Sua dosagem está indicada ao diagnóstico de diabetes.

Diabetes tipo 1 tem cura?

Não. Atualmente, não existe cura para o diabetes tipo 1. Trata-se de uma condição crônica em que o organismo é incapaz de produzir insulina suficiente devido à destruição das células beta do pâncreas pelo sistema imunológico. Embora não haja uma cura definitiva, o controle da doença pode ser alcançado por meio de um tratamento adequado.

Tratamento para diabetes tipo 1

O tratamento do diabetes tipo 1 é essencial para controlar os níveis de glicose no sangue. A principal forma de tratamento é a administração de insulina, uma vez que o corpo não produz esse hormônio.

A insulina pode ser fornecida por meio de injeções subcutâneas diárias ou com o uso de uma bomba de insulina, que oferece uma infusão contínua de insulina de ação rápida ao longo do dia, ajustando doses pequenas automaticamente para imitar o funcionamento natural do pâncreas.

Dessa forma, em vez de injeções diárias, o indivíduo recebe insulina de forma constante e programada, com a flexibilidade de administrar doses extras nas refeições ou quando os níveis de glicose estão altos. Essa tecnologia proporciona maior controle e conveniência para muitas pessoas com diabetes tipo 1.

Além da insulina, é importante monitorar regularmente os níveis de glicose. Isso garante que os níveis de açúcar estejam dentro da faixa desejada. Com base nos resultados da medição, os pacientes podem ajustar a dose de insulina, a alimentação e a atividade física.

Qual médico procurar?

Para diagnosticar e tratar o diabetes tipo 1, o profissional mais indicado é o endocrinologista. Esse especialista possui formação específica para lidar com problemas hormonais e metabólicos, entre os quais se encontra o diabetes.

O endocrinologista cria um plano de tratamento individualizado, que inclui a aplicação de insulina, o controle dos níveis de glicose e recomendações específicas sobre alimentação e atividades físicas.

Conheça o Centro de Medicina Especializada do Hospital Nove de Julho

O Centro de Medicina Especializada do Hospital Nove de Julho oferece atendimento especializado para diabetes tipo 1. Conta com uma equipe multidisciplinar que inclui profissionais que realizam diagnósticos precisos e desenvolvem planos de tratamento personalizados, que abrangem a administração de insulina, monitoramento da glicose e orientações sobre dieta e estilo de vida.

Além disso, o hospital fornece acompanhamento contínuo, permitindo ajustes no tratamento conforme necessário, e ajuda na prevenção de complicações associadas ao diabetes, garantindo um atendimento integral à saúde dos pacientes.

Escrito por
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Dra. Roberta Frota Villas Boas

Endocrinologista
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