A Doença de Parkinson acomete cerca de 100 a 200 pessoas por 100 mil habitantes acima de 40 anos, ou aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas sejam portadoras da Doença de Parkinson. O que poucas pessoas sabem é que a doença tem um tratamento eficaz para diminuição dos sintomas, como os conhecidos tremores e a rigidez do corpo.
Com maior prevalência a partir dos 65 anos, quando o envelhecimento dos neurônios torna-se mais acentuado, a Doença de Parkinson ocorre em consequência de uma deficiência na produção de dopamina cerebral, neurotransmissor produzido pela região do cérebro chamada "substância negra", responsável principalmente pelo controle dos movimentos do corpo, humor, emoções, cognição, sono e memória.
É caracterizada clinicamente pela presença de tremor, rigidez, lentidão dos movimentos e alteração do equilíbrio postural. A doença acomete no início um lado do corpo, geralmente braços e pernas que, posteriormente, progride para o outro lado. Também é bastante comum a presença de sintomas não motores, como a redução do olfato, alterações urinárias, distúrbios do sono, depressão, ansiedade, fadiga, constipação e dificuldade de concentração e memória. "Que estão entre as outras características da Doença de Parkinson", afirma a Dra. Lorena Broseghini Barcelos, neurologista especialista em Distúrbios do Movimento do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho,
Embora a maioria dos casos seja de causa desconhecida, existe o Parkinson de origem genética com crescentes evidências e descobertas de novos genes, particularmente quando a idade de início dos sintomas é menor do que 50 anos. As exposições a algumas substâncias químicas, como os agrotóxicos, estão entre os fatores de risco para a doença.
O diagnóstico é essencialmente clínico, por meio de avaliação de um neurologista. Inicialmente, o tratamento se dá com medicamentos para controle dos sintomas motores e não motores, associado à realização de atividade física e fisioterapia motora.
Em alguns casos, informa a especialista em Distúrbios do Movimento, a cirurgia de estimulação cerebral profunda pode ser indicada. Essa opção terapêutica é recomendada, em geral, após cinco anos do início da doença em pacientes que não respondem ao tratamento com medicamentos e que não apresentam alterações cognitivas e psiquiátricas. Neste procedimento, o neurocirurgião realiza o implante de um eletrodo na região responsável pelo circuito cerebral que controla o tremor, rigidez e lentidão dos movimentos. No pós-operatório, após algumas semanas, o neurologista acompanha o paciente ambulatorialmente, programando o eletrodo implantado e ajustando o tratamento com medicamentos, explica a Dra. Lorena.
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