Cardiopatia congênita é o nome que se dá a uma série de doenças que afetam o coração e com as quais a criança já nasce. "Qualquer indivíduo pode nascer com uma cardiopatia congênita, problema que afeta cerca de 1% da população em geral. Porém, a incidência aumenta em crianças prematuras ou que apresentam diferentes síndromes e malformações", explica o cardiologista do Hospital 9 de Julho Daniel Arnoni.
Entre os tipos de cardiopatias existentes está a Comunicação Interatrial (CIA), um defeito no coração que provoca desvio anormal de sangue do lado esquerdo do órgão para o lado direito e para a circulação pulmonar. É uma doença que pode levar a o aumento dos níveis de pressão na circulação do pulmão. Outra patologia é a chamada de Persistência do Canal Arterial (PCA). Quando o bebê ainda está no útero, ele possui em seu coração um canal arterial responsável por levar sangue rico em oxigênio desde a artéria pulmonar até a aorta. Após nascimento, esse canal deve se fechar naturalmente. Quando isso não ocorre tem origem a PCA, que pode provocar fluxo de sangue em excesso nos pulmões e sobrecarga do coração.
Algumas das cardiopatias congênitas são assintomáticas e muitas vezes só serão diagnosticadas na fase adulta. Outras se manifestam por sintomas como cansaço dos bebês durante as mamadas, fadiga excessiva das crianças maiores durante atividades físicas, arroxeamento da boca e das extremidades (cianose), ganho inadequado de peso para idade, excesso de suor, principalmente na cabeça, dor torácica, desmaio e fraqueza.
Outro sinal, que pode ser identificado durante exame clínico feito pelo médico é o chamado sopro no coração. "O sopro no coração é a forma popular para denominar qualquer alteração na ausculta cardíaca. Ele pode ser acompanhado ou não de outros sintomas e suas causas podem ser diferentes cardiopatias congênitas ou adquiridas", diz Arnoni.
O diagnóstico das diferentes cardiopatias congênticas é feito, na grande maioria dos casos, por meio de exames como o ecocardiograma (transtorácico ou transesofágico). Em alguns casos necessita-se de angiotomografia e ressonância magnética para melhor detecção do defeito existente no coração.
O tratamento depende do tipo de cardiopatia identificada e pode ser realizado por meio de cirurgia cardíaca ou por cateterismo. "Este último atualmente é o mais indicado e por ser menos invasivo, com menor taxa de complicações, sem cicatrizes, menor tempo de internação, rápida recuperação e retorno para atividades escolares e físicas", explica Arnoni.