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Neurologia

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Dor de cabeça: reconheça os diferentes tipos e saiba como tratar

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Dr. Antonio Cezar Ribeiro Galvão - Neurologista Atualizado em 13/01/2021

Certamente você já vivenciou um episódio de dor de cabeça. Na medicina, chamamos essa ocorrência de cefaleia, fato que pode ser um sinal de muitas condições diferentes, desde uma enfermidade até algum tipo de desequilíbrio do organismo, como resfriado, ressaca, tensão muscular, estresse ou problemas visuais. 

A cefaleia é caracterizada por dores na nuca e ao redor e na parte superior da cabeça, podendo ser aguda ou latejante. É um quadro bastante comum, que pode ocorrer rápida e repentinamente ou aparecer com o tempo. Também pode se manifestar em um ou ambos os lados da cabeça ou ser isolada em um local específico. Para a maioria das pessoas, as dores de cabeça são inofensivas, mas alguns casos específicos podem tornar a vida do paciente mais difícil. Saiba mais sobre o tema.

Tipos comuns de cefaleia

Sim, existem diversos tipos de dor de cabeça. Enquanto alguns são leves e curam por si sós, outros podem incomodar por sua intensidade e frequência, afetando a qualidade de vida e impactando negativamente o rendimento das atividades diárias da pessoa.

Enxaqueca

Esse quadro desencadeia uma complicada interação entre os sistemas nervoso e vascular, ao mesmo tempo em que substâncias químicas são liberadas e tornam os vasos sanguíneos mais sensíveis à dor. A enxaqueca costuma ser hereditária e é três vezes mais comum no público feminino, e cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva sofrem com esse problema. Durante uma crise, vários fatores podem se somar, como estresse, alterações hormonais, alimentação ruim e noites maldormidas, entre outros.

Os sintomas da enxaqueca geralmente envolvem uma dor de cabeça parcial, intensa e latejante, que pode mudar de lado depois de um tempo. O paciente costuma apresentar náuseas e vômitos, e o episódio se agrava diante de exercícios ou esforços físicos. A hipersensibilidade ao som e à luz também é um sinal comum.

tratamento para enxaqueca pode envolver o uso de determinados fármacos, isolados ou em combinação, para o controle sintomático das crises. Vale ressaltar que, antes de se medicar, um especialista deve ser consultado.

 "Para as dores de cabeça muito frequentes (principalmente a enxaqueca), o uso excessivo de analgésicos deve ser evitado, pois a médio prazo só vai piorar a dor – esse abuso de medicamentos pode ser entendido como mais de quatro comprimidos de analgésicos por semana. Da mesma forma, algo que também pode intensificar as dores de cabeça com o tempo é o abuso da cafeína, seja pelo consumo de café em si, seja pela ingestão de refrigerantes de cola, chá preto, mate e/ou energéticos", alerta o Dr. Antônio Cezar Galvão, neurologista do Hospital 9 de Julho.

Além disso, o que você pode fazer por conta própria para reduzir as crises de enxaqueca é evitar o estresse e a ansiedade, bem como certos tipos de alimento, como os queijos amarelos, o chocolate e as bebidas alcoólicas, por exemplo. Também é importante priorizar refeições leves, se alimentar com uma frequência correta (evitando o jejum prolongado), dormir bem e manter-se sempre bem hidratado. Massagear a cabeça de vez em quando também pode ser útil.

Cefaleia de tensão

Também conhecida como cefaleia tensional, esse é o tipo mais comum de dor de cabeça. Esse quadro é caracterizado por pontos doloridos na cabeça e, de acordo com o especialista do H9J, ocorre quando existe uma sensibilização dolorosa na musculatura craniana, geralmente fruto de tensão emocional. Vale ressaltar que é muito comum sofrer de cefaleias tensionais sem saber que se está tenso. Apesar de esse tipo de cefaleia ser mais comumente provocada pela tensão dos músculos, também pode ser desencadeada por estresse ou tensão emocional.

O principal sintoma da cefaleia tensional é uma dor incômoda, leve ou moderada, que geralmente ocorre em ambos os lados da cabeça e que aparece e desaparece com o tempo. O quadro, de modo geral, não apresenta outros sintomas.

Para tratar a cefaleia de tensão, o paciente pode recorrer aos analgésicos, desde que com moderação. Exercícios de relaxamento e atividades físicas também podem ajudar. Outra dica é revisar a posição em relação à cadeira e à mesa enquanto trabalha, afinal, é preciso passar a maior parte do dia de forma confortável, mas também com uma postura correta e saudável. Algumas pessoas têm problemas com dores de cabeça de tensão porque rangem os dentes durante a noite (bruxismo). Nesse caso, é preciso consultar-se com um médico especializado em neurologia para avaliação e prescrição de um tratamento adequado e eficaz.

Cefaleia em salvas

Pense em uma dor de cabeça forte. Agora multiplique por 10. Pois é, a cefaleia em salvas é relatada por muitos como uma dor extremamente agonizante e quase insuportável.

"Nesse quadro, metade das crises de dor ocorre à noite ou de madrugada. Com frequência acorda o paciente de madrugada com uma dor intensa em um dos olhos ou ao redor da cabeça. A outra metade sofre com a dor durante o dia", explica o Dr. Antônio. Essa modalidade de dor de cabeça costuma acometer mais homens do que mulheres, sempre com início em determinado período do ano e com um mesmo tempo de duração – daí o nome "em salvas", que faz alusão às salvas de tiros de canhão que eram disparados por vários dias seguidos em comemorações festivas na mesma data todos os anos. Felizmente, essa é uma doença rara.

Um sintoma bem conhecido desse tipo de dor de cabeça é a queda da pálpebra do lado onde a dor afeta a pessoa, dor esta que pode se irradiar para outras regiões da cabeça, como a têmpora, a testa, as bochechas, o nariz e a gengiva superior. Existe ainda a chance de esse paciente desenvolver dores crônicas posteriormente. Outros sintomas característicos da cefaleia em salvas são: vermelhidão do globo ocular, lacrimejamento dos olhos e nariz entupido ou escorrendo no lado afetado.

Diante de um episódio como esse, o paciente deverá agendar uma consulta com um neurologista, para estudar o quadro, evitar novos ataques e amenizar as dores. Vale destacar que uma dor de cabeça intensa pode indicar uma condição médica subjacente séria, como um tumor cerebral ou a ruptura de um vaso sanguíneo enfraquecido (aneurisma). Além disso, durante uma crise desse tipo de cefaleia, os medicamentos analgésicos não apresentam nenhum efeito significativo, por isso é ainda mais importante realizar as medidas de profilaxia indicadas pelo médico responsável.

Como o Hospital 9 de Julho pode ajudar esses pacientes

O Dr. Antônio Cezar Galvão ressalta que aqueles que sofrem episódios de dor de cabeça durante quatro ou mais dias em um mesmo mês precisam procurar um médico especialista no assunto, para instituir um tratamento preventivo da dor, que pode ser com o auxílio de medicamentos ou não. "O que não se pode fazer é ficar tomando analgésicos o tempo inteiro", pontua.

O neurologista destaca que, no Hospital 9 de Julho, os quadros de dores de cabeça devem ser encaminhados para o Centro de Dor, situado no 9º andar do Centro de Medicina Especializada, onde existem diversos especialistas capazes de promover um tratamento adequado, e não apenas neurologistas. "Muitas cefaleias exigem tratamento multidisciplinar, com neuroclínicos, neurocirurgiões, fisiatras, fisioterapeutas, odontólogos e/ou psicólogos, e boa parte das cefaleias crônicas exige acompanhamento psiquiátrico", complementa o médico.

Não hesite em buscar atendimento profissional se perceber sinais de alerta para condições mais graves ou se os sintomas piorarem. Vale ressaltar que dores de cabeça muito frequentes – apesar de em mais de 90% dos casos não configurarem doenças graves – são altamente comprometedoras para a qualidade de vida, causando prejuízos de natureza social, familiar, profissional e na rotina de estudos, inclusive com perdas econômicas para a pessoa. Faça uma consulta com quem entende do assunto!

Para marcar consultas e exames, ligue para 11 3147-9430.

Escrito por
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Dr. Antonio Cezar Ribeiro Galvão

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