A fístula arteriovenosa (FAV) é a comunicação anormal entre uma artéria e a uma veia. Ela pode ser congênita, quando nascemos com esse problema, ou adquirida, em decorrência de um trauma, como um ferimento por arma branca ou de fogo. Existem também as fístulas arteriovenosas criadas cirurgicamente, com finalidade terapêutica, para a realização de hemodiálise.
Nesta edição de nosso blog, o Dr. Alexandre Batillana, cirurgião vascular do Hospital Nove de Julho, explica o que é, quais são os sintomas e como é feito o tratamento dessa condição. Saiba mais!
O que é fístula arteriovenosa?
Conforme explica o Dr. Alexandre Batillana, “fístula arteriovenosa é a comunicação anormal entre uma artéria e uma veia, seja em decorrência de um trauma, seja por causa de uma má-formação vascular ou de uma fístula arteriovenosa congênita".
As fístulas arteriovenosas congênitas são pouco frequentes, bem como as oriundas de traumas. Quando falamos em fístula arteriovenosa, normalmente, nos referimos às fístulas arteriovenosas para realizar hemodiálise, que são muito comuns nos casos de insuficiência renal crônica.
Quais são os sintomas da FAV?
De acordo com o Dr. Alexandre Batillana, as fístulas arteriovenosas sobrecarregam o sistema venoso e arterial, causando o aumento do fluxo no sistema venoso ou a diminuição do fluxo no sistema arterial, o que descrevemos com hipertensão venosa e insuficiência arterial.
“Os sintomas dependem do lugar em que a fístula arteriovenosa se encontra e do tamanho dessa comunicação. Se localizada no sistema nervoso central, podemos ter sintomas como cefaleia (dor de cabeça) e crises convulsivas; se localizada nos membros, dores em peso e cansaço, aparecimento de varizes, dor para caminhar, câimbras e alteração da coloração do membro; dependendo do tamanho da comunicação, é possível ter alterações cardíacas, dessa forma, a pessoa pode sentir falta de ar e palpitações; em contrapartida, as fístulas criadas para hemodiálise causam muito poucos sintomas", explica o médico.
Como é o tratamento para a fístula arteriovenosa?
O tratamento dessa condição depende do local e dos sintomas. As FAV congênitas são de tratamento bastante complexos, sendo necessária uma equipe multidisciplinar para administrá-lo, pois como se trata de malformação vascular, pode acometer órgãos adjacentes.
“São fundamentais avaliação e cuidado criterioso para indicar a melhor terapêutica, seja ela cirúrgica, endovascular, seja apenas a observação em alguns casos. Atualmente, utilizamos técnicas endovasculares combinadas com técnicas cirúrgicas, quando necessário, para a resolução da condição. Por meio de cateteres introduzidos no sistema arterial e/ou venoso, conseguimos ocluir a comunicação arteriovenosa. Chamamos essa técnica de embolização e, para isso, utilizamos diversos tipos de material, como colas, molas e polímeros", explica o Dr. Alexandre Batillana.
O que é fístula arteriovenosa para hemodiálise (FAV)?
É uma fístula arteriovenosa criada cirurgicamente para possibilitar a realização de hemodiálise em pacientes com insuficiência renal crônica. Nos indivíduos com essa doença em estágio muito avançado, os rins já não “filtram o sangue para retirar as impurezas resultantes do metabolismo", dessa forma, utilizamos uma máquina especial capaz de realizar essa função. Para que essa filtração ocorra, é necessário que o sangue do paciente passe por essa máquina em grande quantidade e velocidade e volte na mesma quantidade e velocidade, é aí que as fístulas arteriovenosas entram.
Tratamento no Hospital Nove de Julho
O Hospital Nove de Julho dispõe do arsenal terapêutico necessário para realizar o tratamento de todos os tipos de fístula arteriovenosa, endovascular ou cirúrgica, assim como possui estrutura multidisciplinar necessária para conduzir o caso.
Saiba quando procurar um cirurgião vascular.
Quanto às fístulas arteriovenosas para hemodiálise, temos um setor com dedicação exclusiva para os pacientes com insuficiência renal crônica alinhado ao time de acessos vasculares para realizar acessos, fístulas arteriovenosas e seus segmentos. “Vale ressaltar que o segmento dos acessos de hemodiálise feito por um cirurgião vascular com expertise é fundamental para a longevidade", destaca o Dr. Alexandre Batillana.