A insuficiência cardíaca é uma condição médica e grave que ocorre quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.
Estima-se que existam cerca de 64 milhões de pessoas com insuficiência cardíaca no mundo – um problema que pode ter diversas causas e que tem grande impacto na vida do paciente. Continue a leitura para saber mais sobre causas, sintomas e as formas de tratamento.
Insuficiência cardíaca: o que é?
A insuficiência cardíaca é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas que indicam que o coração não consegue bombear sangue suficiente para suprir as necessidades do corpo, comprometendo o transporte de oxigênio para órgãos e outros tecidos.
Isso ocorre quando o músculo cardíaco enfraquece, se torna dilatado ou ainda quando ele fica rígido, dificultando o bombeamento eficaz do sangue.
Sintomas de insuficiência cardíaca
O principal sintoma da insuficiência cardíaca é a falta de ar – que, muitas vezes, é relatada como cansaço e/ou falta de fôlego.
Inicialmente, esse sintoma surge quando há um esforço além do normal para a pessoa; no entanto, conforme a doença progride, mesmo atividades corriqueiras – como tomar banho ou colocar um sapato — podem gerar o sintoma.
Os sintomas de insuficiência cardíaca podem variar de acordo com a gravidade da condição. Os mais comuns incluem:
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Inchaço (edema) nas pernas, tornozelos e pés;
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Fadiga;
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Desmaio;
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Tontura;
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Tosse persistente.
Causas
A principal causa de insuficiência cardíaca é a obstrução das artérias do coração, um problema mais conhecido como isquemia ou infarto do miocárdio. Isso porque a obstrução (e a consequente falta de oxigênio) causa a morte celular do músculo cardíaco, gerando sequelas que podem enfraquecê-lo, interferindo na capacidade de bombeamento do coração.
No Brasil, outra causa muito comum de insuficiência cardíaca é a Doença de Chagas, doença causada por um protozoário que gera danos graves ao coração.
Outras causas conhecidas para o problema são:
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Hipertensão arterial;
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Alterações metabólicas (como problemas da tireoide);
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Diabetes;
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Doenças virais que podem causar miocardite (inflamação do miocárdio, o músculo do coração), como a covid-19;
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Causas genéticas;
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Uso de quimioterápicos (para pacientes com câncer);
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Doença renal crônica.
Diagnóstico de insuficiência cardíaca
O diagnóstico de insuficiência cardíaca é feito de forma clínica, ou seja, o médico avalia o histórico de vida do paciente, bem como seu exame físico e sintomas, e, por meio de um teste com pontuação específica (chamado de escore), ele pode constatar o problema.
Outros exames complementares são feitos para ajudar a classificar o tipo e grau da doença. São eles:
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Eletrocardiograma (ECG);
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Ecocardiograma;
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Ressonância Magnética do coração;
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Exame de sangue;
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Cateterismo cardíaco.
É importante ressaltar que o diagnóstico deve ser feito por um médico cardiologista, de preferência com experiência nesse tipo de quadro de saúde.
Prevenção
Não existe uma forma garantida de evitar a insuficiência cardíaca. No entanto, evitar condições que danifiquem as células cardíacas reduzem o risco de evoluir com essa condição. Assim, adotar algumas medidas ajudam a reduzir o risco de apresentar o problema e manter o coração saudável, tais como:
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Praticar atividade física;
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Manter uma alimentação equilibrada;
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Controlar doenças pré-existentes e que são fatores de risco (como diabetes, hipertensão e colesterol alto);
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Manter o controle de peso;
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Ter boas noites de sono;
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Não fumar;
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Evitar a ingestão de bebida alcoólica.
Manter uma rotina de check-ups periódicos também é importante, já que a detecção precoce de qualquer problema cardiovascular é crucial na prevenção da insuficiência cardíaca.
Tratamentos para insuficiência cardíaca
O tratamento para insuficiência cardíaca visa prolongar a vida do paciente e melhorar sua qualidade, reduzindo os riscos de complicações. Os tratamentos mais comuns incluem:
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Uso de medicamentos para controlar os sintomas (melhorar a qualidade de vida) e aumentar a sobrevida (reduzir a chance de morte);
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Realização de cirurgia para reparar ou substituir válvulas cardíacas, tratar vasos obstruídos ou para melhorar a função de bombeamento do coração;
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Implementar mudanças no estilo de vida, controlando doenças crônicas (como diabetes e colesterol), melhorando alimentação e praticando atividade física.
Em casos muito graves e avançados, o transplante de coração pode ser uma opção, mas não é necessariamente o tratamento padrão para todos os pacientes.
Todas as insuficiências cardíacas vão precisar de transplante de coração?
Não. O transplante de coração é uma opção de tratamento apenas para pacientes com insuficiência cardíaca grave que não respondem aos tratamentos convencionais. Por isso, não é considerada a primeira opção para esses pacientes.
A maioria dos indivíduos com insuficiência cardíaca, aliás, têm uma boa qualidade de vida com o uso de medicamentos e outras intervenções médicas.