Logo

Cardiologia

4 minutos de leitura

Marca-passo cardíaco: quando é necessário usar um?

O marca-passo é um dispositivo médico que auxilia na regulação do ritmo do coração em pacientes com arritmia cardíaca, principalmente as bradicardias.
CD
Dr. Cristiano de Oliveira Dietrich - Cardiologista Atualizado em 20/12/2024

Implantação de dispositivo visa tratar irregularidade nos batimentos do coração

O marca-passo é um dispositivo médico que auxilia na regulação do ritmo do coração em pacientes com algum tipo de arritmia ou ainda em alguns casos de insuficiência cardíaca. Estima-se que cerca de 300 mil brasileiros utilizam esse dispositivo no país para corrigir problemas cardíacos, permitindo que eles levem uma vida ativa e com mais qualidade. Continue a leitura para entender como esse aparelho funciona e quando seu uso é recomendado.

O que é marca-passo?

O marca-passo é um pequeno dispositivo eletrônico implantado no corpo (geralmente, no tórax) com a finalidade de controlar o ritmo do coração. Ele é composto por duas partes principais: o gerador de pulsos, que contém uma bateria e circuitos eletrônicos; e os eletrodos, que são fios conectados diretamente ao coração.

Para entender melhor como ele funciona, imagine que o coração é como uma bomba que bombeia sangue a cada batida. Para isso, ele precisa de um pequeno estímulo elétrico para provocar a sua contração e posterior expansão para levar o sangue para todo o organismo-- e essa “faísca” é feita por seu próprio sistema elétrico do coração.

No entanto, algumas pessoas apresentam danos nesse sistema, fazendo com que o coração não mantenha um ritmo de batimento regular ou satisfatório, atrapalhando o bombeamento de sangue para o corpo. É aí que entra o marca-passo cardíaco: ele atua mantendo os impulsos elétricos regulares para garantir que os batimentos continuem normais e que o sangue seja bombeado de forma efetiva para o resto do corpo.

Quando o marca-passo é indicado?

A necessidade de um marca-passo surge principalmente em casos de arritmias graves, como a bradicardia, que é um ritmo cardíaco muito lento; ou situações de bloqueio cardíaco, quando há falha na condução elétrica entre as câmaras do coração.

Nesses casos, o aparelho é indicado para corrigir essas irregularidades, que, se não tratadas, podem levar a sintomas como tontura, desmaios, fadiga extrema e palpitações. Em alguns casos, no entanto, o paciente não apresenta sintomas – por isso, a necessidade ou não de implantação depende da avaliação do médico especialista.

Geralmente, a indicação do marca-passo é feita por um cardiologista especializado em eletrofisiologia, que estuda as características elétricas do músculo cardíaco e seu funcionamento.

Como funciona o marca-passo no coração

Uma vez implantado, o marca-passo detecta qualquer anormalidade nos batimentos do coração e emite impulsos elétricos para corrigir esse defeito. Por isso, o dispositivo é útil para pessoas cujo coração não consegue se ajustar sozinho ao aumento ou redução da frequência cardíaca.

Em cada batimento, o marca-passo avalia a necessidade de enviar um impulso e só age quando identifica uma irregularidade. Dessa forma, ele atua de forma automática e adaptativa, proporcionando um suporte constante e adequado ao organismo.

Como é feita a cirurgia de marca-passo?

A cirurgia para implantar o marca-passo é considerada de médio porte e geralmente realizada com anestesia local e sedação do paciente. Durante o procedimento, os fios do aparelho são inseridos em uma veia e avançados até o coração (átrio direito e/ou ventrículo direito). Esses eletrodos são então conectados a um gerador que será acomodado sob a pele, geralmente próximo à clavícula.

O aparelho é então programado para “entender” a melhor frequência cardíaca para o paciente. Essa programação é feita pelo médico responsável pela cirurgia – daí a importância de ele entender quais são as reais necessidades daquele indivíduo e sua rotina diária.

Se tudo der certo, poucos dias após a colocação, o paciente não costuma perceber o funcionamento do marca-passo, mas sente que o coração está funcionando em um ritmo adequado.

Recuperação do procedimento de marca-passo

Os primeiros 30 dias após a implantação dos marca-passo são os que requerem mais cuidados em relação à cicatrização da ferida operatória (que deve ser mantida limpa e seca) e do retorno às atividades. Nesse sentido, recomenda-se:

. Não pular;

. Não viajar de carro em estrada de terra;

. Não dirigir ou guiar motocicletas;

. Não carregar, suspender ou empurrar pesos;

. Não realizar elevação do braço operado acima do nível do ombro ou realizar movimentos bruscos com o mesmo braço;

. Não dormir do lado em que foi implantado o marca-passo.

Após os 30 primeiros dias, aí sim, é possível começar, aos poucos, a dirigir, realizar caminhadas mais rápidas e carregar algum peso. Atividades físicas como natação, tênis, vôlei, futebol e outras só estão autorizadas após 90 dias da data de implantação do dispositivo.

Cuidados que pessoas com marca-passo devem ter

Os portadores de marca-passo precisam:

. Evitar campos magnéticos muito fortes, como os encontrados em máquinas de ressonância magnética, já que podem interferir no funcionamento do marca-passo.

. Ter atenção com aparelhos elétricos: a maioria dos eletrodomésticos é segura e não afeta o marca-passo, mas uma dica valiosa é não se aproximar de aparelhos elétricos que não tenham um bom aterramento, como rádio, televisão, antenas, ou campos eletromagnéticos fortes (como aparelhos de ressonância magnética).

Se a pessoa sentir tontura enquanto estiver usando determinado eletrodoméstico, como um aspirador de pó, batedeira ou forno de micro-ondas, por exemplo, deve parar de usar e conversar com o médico de confiança.

. Informar sobre a presença do marca-passo a todos os profissionais de saúde, como dentistas e fisioterapeutas; mas também em locais onde há detector de metais, como bancos, aeroportos e lojas de departamentos.

. Realizar check-ups regulares com o cardiologista para verificar o funcionamento do marca-passo e ajustar o seu funcionamento, se for necessário.

Cardiologia no Hospital Nove de Julho

O Centro de Cardiologia do Hospital Nove de Julho é especializado em diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças cardíacas e do sistema circulatório. O centro conta com cardiologistas e outros profissionais de saúde com diversas subespecialidades, como arritmias, insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana e cirurgia cardíaca, além de estrutura completa para consultas e exames (de laboratório e de imagem).

Além do atendimento clínico, o local oferece serviço de suporte, como nutrição e reabilitação cardiovascular, para proporcionar um cuidado integral e personalizado aos pacientes.

Escrito por
CD

Dr. Cristiano de Oliveira Dietrich

Cardiologista
Escrito por
CD

Dr. Cristiano de Oliveira Dietrich

Cardiologista