Logo

Endocrinologia

5 minutos de leitura

Obesidade: doença crônica exige tratamento multidisciplinar e contínuo

O excesso de peso aumenta o risco de complicações de saúde, como diabetes e câncer
DP
Dr. Denis Pajecki - Cirurgião do aparelho digestivo Atualizado em 23/08/2024
obesidade

A obesidade é uma doença definida pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo que provoca problemas graves de saúde e impacta negativamente a qualidade de vida. Continue a leitura para descobrir as causas, o diagnóstico e a importância do tratamento multidisciplinar.

O que é obesidade?

A obesidade é uma condição médica que provoca excesso de gordura corporal, que causa um impacto negativo na saúde geral.

Geralmente, é calculada por meio do IMC (Índice de Massa Corporal), dividindo o peso da pessoa (em quilogramas) pelo quadrado de sua altura (em metros).

Obesidade é doença?

Sim, a obesidade é considerada uma doença multifatorial. Trata-se de uma condição crônica que pode ter um impacto na saúde e no bem-estar de uma pessoa.

Vale destacar que não é apenas um problema estético ou de comportamento: é uma condição médica complexa que envolve fatores genéticos, hormonais, metabólicos, comportamentais e ambientais.

Algumas entidades médicas internacionais, como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) classificam a condição como um problema sério, que necessita de tratamento específico e de longo prazo.

Quais são as causas da obesidade?

As causas da obesidade são multifatoriais e incluem:

  • Fatores genéticos: predisposição genética que influencia o metabolismo e o armazenamento de gordura.

  • Dietas desequilibradas: consumo excessivo de calorias, principalmente de alimentos ricos em gorduras e açúcares.

  • Sedentarismo: falta de atividade física regular.

  • Fatores ambientais: ter acesso a alimentos não saudáveis e ambientes que desestimulam a prática de exercícios.

  • Fatores emocionais: estresse, depressão, ansiedade e transtornos alimentares contribuem com o ganho de peso.

  • Desequilíbrios hormonais: problemas com hormônios que regulam o apetite e o metabolismo, como a leptina e a insulina.

Quais são os graus da obesidade?

A obesidade é classificada em diferentes graus com base no IMC, que determina a gravidade da condição e os riscos associados à saúde.

Sobrepeso

É caracterizado por um IMC entre 25 e 29,9. Embora não seja considerado obesidade, é um indicador de risco aumentado para desenvolver a condição.

Obesidade grau 1

É definida por um IMC entre 30 e 34,9. Este estágio é considerado moderado e a pessoa pode apresentar risco aumentado de doenças metabólicas e cardiovasculares.

Obesidade grau 2

A obesidade severa tem um IMC que varia de 35 a 39,9. Neste grau, os riscos de complicações de saúde são mais elevados, e é necessário um tratamento mais intensivo para gerenciar a condição.

Obesidade grau 3 (mórbida)

Também conhecida como obesidade mórbida, a condição ocorre quando o IMC é igual ou superior a 40. Este grau é o mais grave e está associado a um risco aumentado de várias doenças graves, exigindo intervenções médicas mais complexas, como cirurgia bariátrica.

Como é feito o diagnóstico da obesidade?

O diagnóstico da obesidade envolve uma combinação de avaliações clínicas. Veja abaixo detalhes.

Histórico médico e exame físico: inclui avaliação de histórico de saúde, padrões alimentares, nível de atividade física, medição da altura e peso e cálculo do IMC.

Índice de massa corporal (IMC): é calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado. Classifica a obesidade em graus.

Circunferência abdominal e percentual de gordura corporal: medem a distribuição e quantidade de gordura.

Exames complementares, como níveis de colesterol, glicose e outros indicadores metabólicos.

Avaliação de comorbidades e risco: analisa condições associadas à obesidade e fatores de risco.

Quais são os riscos da obesidade para o organismo?

A obesidade acarreta diversos riscos à saúde, afetando várias áreas do corpo e aumentando a probabilidade de desenvolver condições graves. Veja abaixo os principais riscos associados:

Doenças cardiovasculares: aumenta o risco de doenças como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Diabetes tipo 2: o excesso de gordura corporal aumenta a resistência à insulina.

Apneia do sono: acúmulo de gordura nas vias respiratórias causa obstruções durante o sono, levando à apneia do sono.

Problemas articulares: o excesso de peso sobrecarrega as articulações, como as dos joelhos e quadris.

Câncer: alguns tipos de câncer, como os de mama, cólon e endométrio, estão associados ao excesso de peso.

Problemas reprodutivos: em mulheres, a obesidade pode causar irregularidades menstruais e dificuldades para engravidar. Em homens, pode afetar a qualidade do esperma.

Tratamento para obesidade

O tratamento da obesidade geralmente requer a colaboração de diversos especialistas e um acompanhamento contínuo para que o indivíduo tenha um emagrecimento saudável. Veja detalhes abaixo.

Acompanhamento nutricional

Ter uma alimentação balanceada é fundamental para a perda de peso. O nutricionista avalia as necessidades nutricionais individuais e fornece orientação sobre reeducação alimentar, ajudando a fazer escolhas alimentares mais saudáveis.

Atividade física

A prática regular de exercícios ajuda a reduzir a gordura corporal, melhora o humor, regula os hormônios e acelera o metabolismo. O profissional de educação física cria treinos personalizados e estabelece metas para otimizar os resultados.

O Centro de Medicina do Esporte do Hospital 9 de Julho pode ajudá-lo a ser menos sedentário e a iniciar uma atividade física para ter melhor qualidade de vida.

Acompanhamento psicológico

A saúde mental da pessoa com obesidade também deve ser acompanhada. As questões emocionais contribuem com o consumo excessivo de alimentos. A pessoa com obesidade precisa ter uma relação mais saudável com a comida.

Uso de medicamento

Quando as mudanças no estilo de vida, como dieta e exercício, não resultam em perda de peso significativa, o uso de medicação pode ser considerado no tratamento da obesidade. Ele é indicado principalmente para pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 30, ou acima de 27 quando há presença de comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão, ou apneia do sono.

As classes de medicamentos incluem os anorexígenos, que suprimem o apetite (como a sibutramina), os inibidores da absorção de gordura (como o orlistat), e os agonistas do receptor GLP-1 (como a liraglutida), que aumentam a saciedade e retardam o esvaziamento gástrico. Essas medicações agem de diferentes maneiras para ajudar a reduzir o peso e melhorar a saúde geral do paciente.

Cirurgia bariátrica

A cirurgia bariátrica é um procedimento cirúrgico que pode envolver o estômago, o intestino, ou ambos, com o objetivo de controlar a obesidade. É uma opção terapêutica para indivíduos que não conseguem perder peso, mesmo após tentativas de tratamento variadas.

Entre as técnicas disponíveis destaca-se a Sleeve (gastrectomia vertical) e o bypass gástrico.

Na cirurgia Sleeve, aproximadamente dois terços do estômago são removidos, o que diminui a capacidade de consumir alimentos e bebidas. Esta intervenção é exclusivamente focada no estômago, sem afetar o intestino.

Já o bypass gástrico envolve a criação de um pequeno reservatório estomacal e um desvio do intestino delgado. O procedimento limita a quantidade de alimentos que podem ser consumidos e a absorção de calorias e nutrientes.

Ambas as técnicas são realizadas sob anestesia geral e podem ser feitas por videolaparoscopia ou robótica, utilizando pequenas incisões para minimizar o impacto e acelerar a recuperação.

Centro de Emagrecimento do Hospital Nove de Julho

O Centro de Emagrecimento do Hospital Nove de Julho oferece uma abordagem integral e personalizada para o tratamento da obesidade e controle do peso.

Com uma equipe multidisciplinar composta por nutricionistas, endocrinologistas, psicólogos e profissionais de educação física, o centro proporciona planos de tratamento adaptados às necessidades individuais de cada paciente.

O Centro também disponibiliza opções de cirurgia bariátrica para casos mais graves, sempre com acompanhamento contínuo para garantir a eficácia do tratamento e promover um estilo de vida saudável.

Agendar consulta

Escrito por
DP

Dr. Denis Pajecki

Cirurgião do aparelho digestivo
Escrito por
DP

Dr. Denis Pajecki

Cirurgião do aparelho digestivo