As espinhas são um temor para a grande maioria dos adolescentes e também de muitos adultos que sofrem com tendência à produção excessiva de queratina e de sebo. A acne se forma quando os poros e folículos capilares ficam obstruídos com o acúmulo de oleosidade e células mortas da pele, o que permite que as bactérias se reproduzam, causando inchaço e vermelhidão no local.
Alguns quadros são solucionados rapidamente, outros demandam um pouco mais de dedicação por parte do paciente. Dependendo da gravidade, a acne pode causar estresse emocional, insegurança e cicatrizes na pele. A Dra. Caroline Semerdjian Cividanes, médica dermatologista do Hospital 9 de Julho, destaca que outros possíveis desdobramentos são a interferência direta na autoestima do paciente, prejudicando o convívio social e seus relacionamentos, e a ocorrência de transtornos psicológicos. Felizmente, hoje existem diversos tratamentos, além de dicas eficazes para evitar essa ocorrência desagradável. Vamos falar mais sobre isso?
O que causa espinhas no rosto?
Ainda não existe uma "cura" universal para a acne, mas compreender os possíveis gatilhos que podem originar e/ou exacerbar a condição ajuda a aliviar os sintomas e melhorar a aparência da pele. Estas são algumas das causas mais comuns:
Dieta
A maioria dos cientistas concorda que um alto índice glicêmico e o consumo de laticínios podem influenciar nesse quesito.
Tabagismo
Além das inúmeras desvantagens do cigarro, esse hábito ainda causa um estresse oxidativo na pele, alterando a composição do sebo e propiciando melhores condições para o surgimento da acne.
Determinados remédios
É de amplo conhecimento que alguns medicamentos, como antidepressivos, antiepilépticos e esteroides, são responsáveis por promover a acne naqueles que os utilizam. O uso prolongado de antibióticos também pode causar danos à flora intestinal e afetar a saúde da pele. Ainda relacionado com esse tema, vale destacar que o desenvolvimento de espinhas é um efeito colateral clássico dos anabolizantes (popularmente conhecidos entre o público praticante de musculação como "bomba").
Tratamento de pele inadequado
Pessoas com pele oleosa, mista ou acneica que não realizam uma limpeza diária e profunda do rosto ou que utilizam cosméticos agressivos, à base de óleos e que sejam comedogênicos (isto é, que obstruem os poros e causam acne), podem acabar prejudicando o equilíbrio natural da própria pele, de forma a agravar tais sintomas.
Estresse
Alguns pesquisadores acreditam que o estresse pode levar nosso corpo a produzir mais insulina, hormônio fabricado pelo pâncreas que permite às células do organismo humano usar e armazenar o açúcar contido nos carboidratos. A insulina estimula os andrógenos (hormônios masculinos) que, por sua vez, aceleram a produção de excesso de sebo (seborreia) e a hiperqueratinização (produção excessiva de células que obstruem as glândulas sebáceas). Tudo isso desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das temidas espinhas.
Sol
Como já explicamos em um blog sobre esse assunto no mês passado, as temperaturas mais quentes fazem com que a transpiração corporal aumente, assim como a taxa de degradação na superfície da pele. Isso cria um ambiente no qual as bactérias associadas à acne conseguem se desenvolver melhor e, consequentemente, se espalhar. Outro ponto importante é o fato de o sol ressecar todos os tipos de pele, o que faz com que as glândulas sebáceas entrem em atividade, promovendo excesso de sebo.
Tratamento para a acne
Confira as dicas da Dra. Caroline Semerdjian para tratar a acne na sua rotina diária:
Faça a higienização da pele duas vezes ao dia com sabonete específico.
Remova toda a maquiagem corretamente.
Utilize produtos de textura leve, seca e próprios para peles oleosas.
Proteja-se do sol diariamente, com protetor solar adequado para pele oleosa.
Use os medicamentos prescritos pelo seu dermatologista.
Não manipule as lesões.
Realize a limpeza de pele sempre que necessário.
Evite receitas caseiras.
Ela complementa alertando que quanto mais cedo acontecer a procura por um médico especialista, maiores são chances de um tratamento eficaz. "Os pacientes costumam se medicar de forma errada e muitos procuram profissionais não capacitados antes de chegar ao consultório – vários já chegam com cicatrizes, que são de tratamento difícil e interferem no emocional deles", finaliza a dermatologista.