O câncer colorretal é o terceiro mais frequente entre o público masculino, atrás apenas de próstata e pulmão. Mas, de acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer) ambos os sexos são atingidos praticamente na mesma proporção. A estimativa do órgão para este ano é que mais de 34 mil novos casos sejam detectados no Brasil: 16.660 mil deles em homens e 17.620 em mulheres, com maior predominância em pessoas acima dos 50 anos.
Como o próprio nome sugere, o tumor pode se desenvolver tanto no intestino grosso, também chamado de cólon, ou em sua porção final, o reto. Quando detectado precocemente, antes que tenha se espalhado para outros órgãos, o câncer colorretal tem um alto índice de cura.
O problema é que a doença tem uma evolução lenta e com poucos sintomas na sua fase inicial, por isso, a realização de exames é a melhor forma de se prevenir. Mas, antes de falar de prevenção, é importante entender como surge o câncer colorretal.
Pólipos
Uma grande parte dos tumores da região tem início a partir de lesões benignas que se formam na parede interna, ou mucosa, do intestino grosso. Essas lesões são chamadas de pólipos. Elas surgem em formato de cogumelo ou em uma forma mais achatada e ambas podem evoluir para um tumor maligno.
Algumas dessas lesões podem ser detectadas e removidas antes que se degenerem, transformando-se em tumores. Por isso, exames preventivos são essenciais, especialmente em pessoas acima dos 50 anos (ou antes em caso de histórico familiar. Nessas situações, o médico deve fazer a indicação de quando se iniciar os exames preventivos). O mais indicado deles é a colonoscopia, exame que avalia toda a extensão do reto e do cólon e permite remover lesões suspeitas já durante o procedimento.
Além da colonoscopia, outros exames podem ser indicados, como DNA fecal, colonoscopia virtual, enema de bário e sigmoidoscopia.
Sintomas
Mesmo que a maioria dos casos seja assintomática no estágio inicial, alguns sintomas indicam que algo não vai bem e merecem ser investigados, pois podem, inclusive, estar relacionados a alguma outra doença do trato gastrointestinal. São eles:
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Diarreia por mais de uma semana ou má consistência das fezes por mais de três semanas
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Constipação
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Sangue visível nas fezes
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Dor abdominal
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Inchaço abdominal
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Perda de peso sem motivo aparente
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Cansaço e fadiga constantes
Prevenção
O surgimento dos pólipos pode estar relacionado a algumas síndromes e questões hereditárias. Estima-se que cerca de 40% das pessoas acima dos 50 anos apresentem pólipos colorretais: essas têm um risco 50% maior de desenvolver novas lesões após o primeiro diagnóstico.
Pessoas que sofrem com a Doença de Crohn e colite ulcerativa também estão mais expostas à formação de pólipos.
Contudo, alguns dos principais fatores de risco são evitáveis, o que aumenta as chances de se prevenir:
Tabagismo
Alcoolismo
Diabetes tipo 2 não controlado
Obesidade
Sedentarismo
Alto consumo de embutidos e carne vermelha
A adoção de uma alimentação saudável – rica em fibras, frutas e verduras – associada à prática regular de atividade física é uma forma muito eficaz de diminuir os riscos não apenas de câncer colorretal, como também de outros tipos ligados ao trato digestivo.
Dr. Carlos Sobrado, coloproctologista do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho
Artigo publicado originalmente em 2016 e atualizado em 2019.
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