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Gastroenterologia

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Por que laxante não trata prisão de ventre?

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Dr. Carlos Sobrado - Coloproctologista Atualizado em 16/02/2016

A constipação, ou a prisão de ventre, como costumamos chamar, é a dificuldade recorrente de evacuar. Mas qual é o funcionamento “adequado” do trato intestinal?

Essa é uma dúvida que muitas pessoas têm, e com razão: para considerarmos que o intestino funciona corretamente, é preciso ir ao banheiro, em média, até três vezes ao dia ou evacuar a cada três dias, no máximo, e sem que seja feito esforço para a saída das fezes. Aliás, esse esforço é uma das principais causas ou agravantes das hemorroidas, como abordamos anteriormente neste post.

As mulheres são as principais vítimas do intestino preso por questões hormonais. Estima-se que elas sejam três vezes mais acometidas pelo distúrbio que os homens. Mas há também pessoas que têm dificuldade ou vergonha de ir ao banheiro fora de casa e acabam “segurando” a vontade de evacuar.

Além desse tabu cultural, outras alterações na rotina como viagens ou até mesmo a gravidez podem comprometer ou desregular o movimento intestinal. 

Justamente por esses motivos, as mulheres costumam ser as que mais buscam a automedicação para resolver o problema esperando, assim, diminuir o desconforto, eliminar o inchaço e ainda melhorar a forma física.

Além de poderem ser comprados sem receita médica, os laxantes são associados à boa saúde e ao bem-estar físico, mas seu uso indiscriminado pode trazer uma série de complicações graves, incluindo a piora do quadro de constipação.

Riscos

O medicamento pode ser bastante útil no tratamento de constipação quando prescrito por um médico, dependendo da gravidade do caso, e por um período de tempo curto. 

O uso contínuo, contudo, pode levar à perda de sensibilidade da parede do intestino, já que os laxantes estimulam as terminações nervosas da mucosa intestinal.

É como aquela estrada de terra que pegamos para fugir do trânsito, mas acabamos furando o pneu e atrasando ainda mais a viagem. A longo prazo, o medicamento causa uma espécie de dependência e, para produzir o mesmo efeito, a dose precisa ser aumentada.

Dentre as complicações envolvidas estão desidratação e desnutrição pelo excesso de evacuação com perda de nutrientes e água, cólicas abdominais e problemas renais.

A prisão de ventre, além disso, é um sintoma muito comum a uma série de distúrbios. Ao usar medicamentos por conta própria, a pessoa acaba por mascarar a verdadeira causa do problema. Em alguns dos casos, a constipação pode, por exemplo, estar associada a distúrbios alimentares como anorexia e bulimia.

Tratamento

Se você sofre, ou acredita sofrer, de intestino preguiçoso, a primeira coisa a se fazer é consultar um especialista, que vai lhe orientar quanto ao tratamento necessário, se este for o caso.

Mas uma coisa é certa: investir em uma alimentação saudável (com ingestão constante de fibras e hidratação adequada) e na prática regular de atividades físicas vão ajudar, e muito, no funcionamento do seu intestino. Até porque, é muito mais saudável e gostoso tomar uma vitamina de mamão ou aproveitar a variedade quase infinita de iogurtes e tipos de cereais disponíveis hoje no mercado do que tomar um remédio, não é mesmo?

Dr. Carlos Sobrado, coloproctologista do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho

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