Você sabia que 10% das pessoas no mundo todo possuem diabetes de algum tipo? E o Brasil é um dos campeões nesse ranking: os casos têm aumentado tanto que o país já é o quarto em número de portadores.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 7 milhões de brasileiros são diabéticos. Pessoas com sobrepeso, sedentárias e com histórico familiar fazem parte do grupo mais propenso a desenvolver o tipo 2 da doença que, ao contrário do tipo 1, pode ser prevenida.
Antes que o diabetes se estabeleça, o organismo dá alguns sinais – detectáveis por meio de exames – de que o indivíduo está na fase conhecida como pré-diabetes. Ainda de acordo com a SBD, mais de 35 milhões de brasileiros têm essa condição atualmente e, aproximadamente 25% dessas pessoas, se tornarão diabéticas nos próximos três a cinco anos. Agora, engana-se quem pensa que esta fase anterior à doença não pode trazer riscos para a saúde.
O que é pré-diabetes?
Quando o índice de glicemia ultrapassa os 100 mg/dl (nível de açúcar por decilitro de sangue) em jejum, é provável que a pessoa tenha a condição. O ideal é que esse índice esteja entre 80 e 100 mg/dl. Valores entre 100 e 125 em jejum indicam a fase de pré-diabetes e acima de 126mg/dl indicam diabetes.
Estima-se que hoje existam aproximadamente oito milhões de brasileiros nesta faixa e nos próximos cinco anos, 35 milhões de pessoas devem desenvolver o pré-diabetes. O mais grave é que metade deles deve evoluir para a versão plena da doença sem ter ciência disto.
Fatores de risco
A alimentação inadequada – rica em gordura e açúcares – sedentarismo, obesidade e predisposição genética são os principais vilões responsáveis pelo aumento progressivo no número de casos no Brasil e no mundo. Se antes a doença estava praticamente restrita a pessoas acima dos 40 anos, hoje há registros frequentes de jovens desenvolvendo a doença, por conta de uma alimentação inadequada e pelo sedentarismo desde a infância.
O diabetes pode levar a complicações crônicas como insuficiência renal, retinopatia (que pode levar a perda de visão), doenças cardiovasculares (como infarto do miocárdio e AVC) e neuropatias (complicações que afetam os nervos das extremidades do corpo).
Apesar de os riscos não serem tão elevados como em que já tem a doença, durante a fase de pré-diabetes a produção de insulina já está comprometida, o que propicia o aumento progressivo dos níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, pode levar a complicações a longo prazo..
Prevenção e tratamento
A doença é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas facilmente identificáveis. Por isso, a melhor forma de se detectar é ter acompanhamento médico regular e fazer exames específicos para a detecção de alterações na concentração de glicose no sangue. Exames como a hemoglobina glicada, glicemia em jejum e teste oral de tolerância à glicose estão entre os que ajudam a avaliar a doença e são solicitados com orientação médica.
Se podemos fazer a nossa parte, por que não prevenir? Uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para manter baixo o nível de açúcar no corpo. Uma dica é escolher alimentos integrais, como massas e pães, pois liberam mais lentamente a insulina (devido ao maior teor de fibras, esses alimentos têm digestão mais lenta e liberam menos açúcar no sangue), diferente dos carboidratos comuns que causam picos da substância logo após a ingestão e podem sobrecarregar o pâncreas.
As atividades físicas também são essenciais e devem ser estimuladas desde cedo, pois melhoram o nível glicêmico. Trinta minutos diários de exercícios aeróbicos ajudam a combater o problema, mas o ideal é combinar o gasto calórico com o fortalecimento muscular.
Uma vez diagnosticado, o tratamento é feito por meio de reeducação alimentar, exercícios físicos e medicamentos.