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Pneumologia

4 minutos de leitura

Pulmão de fumante: conheça os efeitos do cigarro no sistema respiratório

Embora a recuperação completa seja difícil, parar de fumar é a melhor decisão para minimizar os danos e melhorar a qualidade de vida
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Dr. Marcos André Costa - Oncologista Atualizado em 02/09/2024
pulmão de fumante

O termo "pulmão de fumante" é amplamente utilizado para descrever os danos causados pelo cigarro aos pulmões ao longo do tempo. Essa expressão reflete não apenas a deterioração física visível dos pulmões, mas também as complicações de saúde que surgem devido à exposição prolongada ao tabaco.

Compreender os impactos do tabagismo no sistema respiratório é essencial para quem fuma, para aqueles que convivem com fumantes e para a sociedade em geral. Neste texto, vamos explorar como o pulmão de fumante se transforma, os perigos para fumantes passivos, e as possibilidades de recuperação.

Como fica o pulmão de fumante?

O pulmão de fumante sofre mudanças significativas em função da exposição contínua às substâncias tóxicas presentes no cigarro. Essas substâncias, que incluem alcatrão, nicotina, e monóxido de carbono, causam irritação crônica e inflamação das vias aéreas, resultando em uma produção excessiva de muco. Com o tempo, os pulmões de um fumante se tornam mais escuros devido ao acúmulo de alcatrão, e a elasticidade dos tecidos pulmonares é comprometida, dificultando a respiração.

Além disso, a inflamação crônica causada pelo tabagismo destrói os alvéolos, pequenas estruturas responsáveis pela troca de gases no pulmão, o que pode levar a condições como enfisema (doença que destrói os alvéolos pulmonares) e bronquite crônica, uma inflamação persistente dos brônquios (tubos que levam o ar aos pulmões). Essas alterações não só afetam a capacidade pulmonar, mas também aumentam o risco de infecções respiratórias graves. Não raramente, estas infecções causam internações e óbito nesta população de pacientes.

Pulmão de fumante passivo: quais são os malefícios?

O pulmão de um fumante passivo, ou seja, de uma pessoa que inala a fumaça do cigarro de outros, também é severamente impactado. A fumaça do cigarro contém mais de 7.000 substâncias químicas, das quais pelo menos 70 são conhecidas por causar câncer. Para os fumantes passivos, os riscos incluem o desenvolvimento de doenças respiratórias (como asma, bronquite e pneumonia), complicações cardiovasculares e risco aumentado de câncer de pulmão.

Crianças expostas à fumaça de cigarro correm um risco ainda maior de problemas respiratórios crônicos, infecções do ouvido médio e até morte súbita infantil.

Como saber se o pulmão está comprometido pelo cigarro?

Identificar se o pulmão está comprometido pelo cigarro envolve tanto a observação de sinais e sintomas clínicos quanto a realização de exames radiológicos específicos. Tosse persistente, produção de catarro, falta de ar, dor no peito e chiado são alguns dos sinais mais comuns. No entanto, muitos dos danos ao pulmão podem ser silenciosos, progredindo sem sintomas evidentes até atingirem um estágio avançado.

Exames como a espirometria, que mede a função pulmonar, e tomografias computadorizadas podem detectar alterações nos pulmões causadas pelo tabagismo. É fundamental que fumantes ou ex-fumantes realizem check-ups regulares para monitorar a saúde pulmonar e detectar precocemente qualquer anomalia. Além disso, fumantes devem ter atenção redobrada quanto aos sinais de seu corpo.

É possível recuperar o pulmão do fumante?

A recuperação do pulmão de um fumante é um processo que depende de vários fatores, incluindo a duração do tabagismo e o tempo desde que a pessoa parou de fumar. Embora alguns danos sejam irreversíveis, como o enfisema, o pulmão tem uma certa capacidade de regeneração após a cessação do tabagismo.

Após parar de fumar, os níveis de monóxido de carbono no sangue retornam ao normal em poucos dias, e a função pulmonar começa a melhorar dentro de semanas. A tosse e a produção de muco também tendem a diminuir. No entanto, os benefícios completos, como a redução do risco de câncer de pulmão, podem levar anos para serem plenamente percebidos.

Quais são os sintomas do câncer de pulmão em fumantes?

O câncer de pulmão em fumantes pode se manifestar através de uma variedade de sintomas como os expostos acima. A perda de peso, expectoração com sangue e falta de ar inexplicáveis são outros sinais de alerta. Fumantes devem estar particularmente atentos a esses sintomas e procurar assistência médica imediatamente se algum deles surgir, pois a detecção precoce é crucial para o tratamento eficaz do câncer de pulmão.

Além do pulmão: quais são os riscos do tabagismo?

Embora o pulmão seja um dos órgãos mais afetados pelo tabagismo, o cigarro causa danos em praticamente todo o corpo. O tabagismo está diretamente associado a doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), bem como a diversos tipos de câncer, incluindo os de boca, esôfago, pâncreas e bexiga.

O tabagismo também prejudica a saúde bucal, levando à perda de dentes e doenças gengivais, além de comprometer a circulação sanguínea, aumentando o risco de doenças vasculares periféricas e de disfunção erétil. A pele de fumantes também envelhece mais rapidamente devido à redução da circulação sanguínea e à diminuição da produção de colágeno.

Qual médico procurar?

Fumantes ou ex-fumantes devem procurar um pneumologista, médico especializado em doenças respiratórias, para avaliação da saúde pulmonar. Além disso, um oncologista pode ser necessário caso haja suspeita de câncer. Cardiologistas, dermatologistas e dentistas também desempenham papéis importantes na avaliação e tratamento dos efeitos do tabagismo em outras áreas do corpo.

E, para aqueles que desejam parar de fumar, o acompanhamento por um médico especialista em tabagismo ou um psicólogo pode oferecer o suporte necessário para superar o vício e iniciar um processo de recuperação da saúde.

O Hospital Nove de Julho conta com uma equipe de pneumologistas altamente especializada e preparada para atender pacientes com as mais diversas patologias, entre elas bronquite, enfisema, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), pneumonia e tabagismo, entre outras. Oferece ainda infraestrutura e recursos tecnológicos avançados para tratamentos, cirurgias e diagnóstico.

Já o Centro de Oncologia do Hospital Nove de Julho compõe a estrutura da Dasa Oncologia e reúne o cuidado completo – do diagnóstico ao tratamento – em um bloco exclusivo, fora do ambiente hospitalar. Os pacientes têm acesso a uma estrutura completa com Centro Cirúrgico equipado com robôs de alta tecnologia, Centro de Diagnósticos para a realização de exames, Internação, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e um Pronto-Socorro preparado para atender adultos e crianças 24h.

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