Retorno da doença pode ser assustador, mas avanços da medicina oferecem esperança para esses pacientes
A jornada de um paciente com câncer pode ser marcada por altos e baixos. Após um tratamento bem-sucedido e um período de remissão, muitos se deparam com a possibilidade da recidiva, ou seja, o retorno da doença. Esse cenário pode gerar inúmeras dúvidas e angústias; por isso, é importante entender o que é a recidiva, quais são suas causas e como lidar com esse retorno.
O que é recidiva?
A recidiva é caracterizada pelo reaparecimento da doença após um período em que a doença não é detectável nos exames. Isso pode ocorrer meses ou até anos depois do tratamento inicial.
Há diferentes tipos de recidiva, que variam conforme o local de retorno da doença. A recidiva local, por exemplo, ocorre quando o tumor volta no mesmo lugar ou próximo de onde se originou. Já a recidiva regional ocorre em tecidos ou linfonodos próximos ao tumor original.
Por fim, a recidiva à distância acontece quando o tumor reaparece em outra parte do corpo, mas não deve ser confundido com metástase (que explicaremos o que é mais adiante).
A detecção de uma recidiva muitas vezes acontece durante exames de rotina e acompanhamento após o tratamento inicial, o que reforça a importância do acompanhamento médico regular.
Qual é a diferença entre recidiva e metástase?
É comum confundir recidiva e metástase, mas são situações diferentes. Como falamos, a recidiva indica que o câncer voltou após um período em que ele não era detectável, mas pode ocorrer tanto localmente quanto em outras partes do corpo.
Já a metástase acontece quando o câncer se espalha para partes distantes do corpo a partir do tumor original, originando novos focos da doença no organismo.
O que pode causar a recidiva?
De acordo com a SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica), a recidiva do câncer ocorre quando pequenas áreas tumorais permanecem no corpo mesmo após o tratamento.
Isso não é tão incomum de ocorrer. A entidade afirma que um tumor de 1 cm³, por exemplo, pode conter até 1 bilhão de células cancerosas. Mesmo que a maioria seja eliminada com o tratamento, é muito difícil detectar a presença de algumas poucas que resistiram, se isso ocorrer.
Isso porque essas pequenas áreas não são detectáveis nem pelos exames mais avançados e podem permanecer assim por meses e até anos. No entanto, quando ocorre a recidiva, as células cancerosas voltam a se multiplicar indiscriminadamente, desenvolvendo um novo tumor.
Além disso, o tipo de câncer, o estágio em que foi diagnosticado inicialmente e até mesmo as características genéticas das células tumorais podem influenciar no risco
de recidiva. Alguns tumores são mais propensos a reaparecer devido a sua agressividade ou resistência ao tratamento, por exemplo.
Há ainda fatores individuais, como a resposta do sistema imunológico de cada paciente e o estilo de vida adotado após o tratamento, o que também são fatores que influenciam no risco de desenvolver a doença novamente.
Câncer recidiva tem cura?
A resposta para essa pergunta depende de fatores como o tipo de tumor, o tempo que passou desde o tratamento inicial e a extensão da recidiva (estadiamento). O câncer recidivado pode ser tratado novamente com sucesso por meio de cirurgia, novas rodadas de quimioterapia, radioterapia ou até mesmo terapias-alvo e imunoterapia.
Cada caso deve ser analisado de forma individual e quem poderá explicar e definir a melhor estratégia de tratamento (ou combinação de tratamentos) será o médico responsável por acompanhar o paciente.
Hoje, o câncer é considerado uma doença crônica, já que as medicações disponíveis permitem que o indivíduo viva mais mesmo com a doença. Importante dizer que, em alguns casos, a recidiva pode ser detectada precocemente por meio de novos exames, o que aumenta as chances de uma nova resposta positiva ao tratamento.
O que é remissão?
Remissão é o termo utilizado para descrever a ausência de sinais de câncer no corpo após o tratamento. A remissão pode ser completa, quando todos os sintomas e evidências da doença desaparecem; ou parcial, quando o câncer diminui significativamente, mas algumas células ainda podem estar presentes.
É importante destacar que a remissão não significa necessariamente a cura definitiva. Mesmo em casos de remissão completa, ainda existe a possibilidade de recidiva anos depois, o que reforça a importância do monitoramento constante e do acompanhamento médico.
Qual é a importância do acompanhamento do oncologista após o tratamento do câncer?
O acompanhamento médico após o tratamento do câncer é uma parte essencial no controle da recidiva. Exames regulares permitem detectar precocemente qualquer sinal de retorno da doença -- e, assim como ocorre com o diagnóstico inicial, a detecção precoce aumenta as chances de um novo sucesso no tratamento.
Além disso, o oncologista pode monitorar possíveis efeitos colaterais tardios do tratamento e orientar o paciente sobre medidas preventivas para reduzir o risco de recidiva.
Além dos exames de imagem e de sangue, o acompanhamento inclui consultas periódicas, nas quais o médico avalia o estado geral de saúde do paciente. Nessa fase, o estilo de vida, como a adoção de hábitos saudáveis como uma alimentação balanceada e prática de atividades físicas, também é abordado como parte de uma estratégia global de prevenção e manutenção de qualidade de vida.
A relação de confiança entre o paciente e o oncologista é fundamental nesse processo. Mesmo que o tratamento tenha sido bem-sucedido, o medo de uma recidiva pode gerar ansiedade, mas o acompanhamento constante e o apoio do especialista ajudam a lidar com essa incerteza.
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