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Doenças do Sono

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Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS)

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H9J
Equipe Hospital Nove de Julho - Corpo Clínico Atualizado em 22/04/2019

O que é a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS)

A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) é a obstrução completa ou incompleta das vias aéreas superiores durante o sono. Estas interrupções respiratórias acarretam uma redução do oxigênio no sangue e consequente despertares abruptos, proporcionando fragmentação do sono e consequente liberação de substâncias endógenas que aumentam o risco de doença cardiovascular e cerebrovasculares. 

Incidência

Estudos recentes apontam que a SAOS acomete cerca de 30% da população, sendo que sua prevalência pode atingir 50% dos indivíduos em subgrupos específicos, incluindo sexo masculino, indivíduos mais velhos e aqueles com sobrepeso ou obesidade. Atualmente nos EUA, estima-se que cerca de 75% a 80% dos portadores da SAOS não tenham conhecimento sobre seu diagnóstico. 

Fatores de risco

Trata-se de uma doença multifatorial, sendo a obesidade reconhecida como principal fator de risco populacional para o desenvolvimento da doença. No entanto, alterações anatômicas da via aérea superior que possam reduzir o fluxo aéreo oronasal também estão envolvidas na fisiopatologia desta doença, tais como desvios do septo nasal, hipertrofia das conchas nasais, hipertrofia adenoamigdaliana ou ainda discrepâncias esqueléticas maxilomandibulares.

Sintomas

O ronco durante o sono, quer seja alto ou baixo, é o sintoma mais comum e que normalmente leva o individuo a procurar auxílio médico estimulado pelo parceiro ou familiar. Outros sintomas também estão presentes em maior ou menor intensidade a depender da gravidade da doença, como fadiga, dores de cabeça ao acordar, sonolência diurna excessiva, alterações cognitivas, prejuízo à memória, diminuição da libido, impotência sexual e transtornos do humor (depressão).

Diagnóstico

O diagnóstico é fundamental para o adequado tratamento da SAOS. Este é feito por meio de uma avaliação clínica minuciosa complementado por uma polissonografia, que além do diagnóstico, proporcionará informações sobre a gravidade da doença.  A nasovideolaringofibroscopia, a sonoendoscopia e a tomografia computadorizada das vias aéreas superiores são exames complementares que auxiliam na identificação do sítio de obstrução e podem contribuir para decisão terapêutica.

Tratamento

O tratamento da apneia obstrutiva é feito por uma equipe multiprofissional e pode ser clínico ou cirúrgico.  Por ser o maior fator de risco populacional para o desenvolvimento da doença, a perda de peso repercute positivamente na diminuição dos sintomas. Além disto a atividade física deve ser encorajada, uma vez que auxilia na perda de peso, além de aumentar o tônus muscular. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e medicamentos que promovam relaxamento muscular também é aconselhável.

O tratamento clínico inclui opções para pacientes que não apresentam alterações anatômicas passíveis de correções cirúrgicas, ou ainda para aqueles que não apresentam condições clínicas para procedimentos cirúrgicos.  O aparelho intraoral e os aparelhos de pressão positiva (CPAP) são opções viáveis para evitar a obstrução da via aérea superior e controlar a SAOS.

Procedimentos cirúrgicos

Dependendo da gravidade da doença e no local da obstrução, diversos procedimentos cirúrgicos podem ser realizados isoladamente ou em associação ao tratamento clínico da SAOS, como cirurgias nasais, faríngeas ou esqueléticas.

A cirurgia esquelética ou avanço maxilomandibular é um procedimento cirúrgico que, por meio de osteotomias, permite mudanças no esqueleto facial visando à ampliação da via aérea superior, consequentemente impedindo sua obstrução. Apresenta taxas de sucesso em torno de 85%, sendo que em aproximadamente 40% dos casos pode se obter a cura da doença. É um procedimento cuja principal vantagem é a estabilidade de resultados a longo prazo.

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