750 milhões de pessoas no mundo sofrem com algum problema da tireoide, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Apesar de 90 a 95% dos casos serem benignos, cerca de 60% delas ainda não sabem que tem o problema na glândula. Continue a leitura e saiba mais sobre a tireoide, sua função, principais problemas na região, sintomas, diagnóstico e tratamento.
O que é e qual a função da tireoide?
A tireoide é uma glândula em forma de borboleta localizada na parte médio inferior do pescoço. A glândula regula o nosso metabolismo e a função de órgãos importantes do nosso corpo, como o coração. É a tireoide que produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Principais problemas da tireoide
Os principais problemas da tireoide são: hipotireoidismo, hipertireoidismo e nódulos. A seguir, entenda um pouco sobre cada um deles.
Hipotireoidismo
Ocorre quando a tireoide produz pouco hormônio. O quadro também é chamado de tireoide lenta.
É a doença mais comum da tireoide, sendo mais frequente em mulheres e pessoas com mais de 60 anos. Além disso, tende a se repetir entre os membros da família.
Alguns dos problemas de saúde mais comuns causados pelo hipotireoidismo são: depressão, intestino preso, desaceleração dos batimentos cardíacos, cansaço, falhas de memória e ganho de peso.
Hipertireoidismo
É uma condição na qual a glândula tireoide é hiperativa e produz excesso de hormônios tireoidianos. Costuma ser mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos, mas os homens também podem ter.
Se não tratado, o hipertireoidismo pode levar a outros problemas de saúde, sendo alguns graves, como aqueles que envolvem o coração (batimentos cardíacos acelerados e irregulares, insuficiência cardíaca congestiva) e os ossos (osteoporose).
A causa mais comum do hipertireoidismo é a doença de Graves. Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca a glândula tireoide, provocando seu aumento e estimulando-a a produzir excesso de hormônios.
Nódulos na tireoide
A formação do nódulo tireoidiano ocorre devido à proliferação de células da própria tireoide. É mais comum em mulheres.
Na maioria das vezes, pode passar despercebido, pois não costuma manifestar sintomas. Os nódulos podem tanto ser benignos como malignos, e o tratamento varia conforme o diagnóstico.
Sintomas de problemas na tireoide
Os sintomas de problemas na tireoide variam conforme o quadro. Entre os principais deles estão:
Sintomas de Hipotireoidismo:
- Cansaço e lentidão
- Depressão
- Sensação de frio
- Pequeno ganho de peso (2 a 4 kg)
- Pele e cabelo secos
- Constipação
- Irregularidades menstruais
Sintomas de Hipertireoidismo
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Sensação de calor
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Aumento da transpiração
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Fraqueza muscular
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Mãos trêmulas
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Batimentos cardíacos acelerados
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Cansaço / fadiga
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Perda de peso
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Diarreia ou evacuações frequentes
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Irritabilidade e ansiedade
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Problemas nos olhos, como irritação ou desconforto
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Irregularidade menstrual
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Infertilidade
Sintomas de Nódulos de tireoide
- Os nódulos não costumam manifestar sintomas. Entretanto, em alguns casos, podem surgir:
- Dor na região
- Rouquidão
- Dificuldade para respirar ou engolir e até mesmo sensação de sufocamento. Isso acontece, principalmente, quando o nódulo cresce muito, assumindo um grande volume.
Diagnóstico de alterações na tireoide
Para o diagnóstico da tireoide, alguns exames podem ser feitos, como:
- Exames de sangue TSH e T4 livre
- Ultrassonografia da tireoide
Em casos específicos também pode ser necessária a dosagem do T3 e dos anticorpos (anti TPO, anti TG e TRAB)
Tipos de tratamentos para problemas da tireoide
A conduta a ser adotada varia de acordo com o quadro. Veja a seguir as principais.
Hipotireoidismo: tratamento medicamentoso com reposição do hormônio da tireoide.
Hipertireoidismo: medicamentos antitireoidianos que diminuem a quantidade de hormônio produzido pela tireoide.
Outra opção para o tratamento do hipertireoidismo, especialmente nas doenças de Graves, é o Iodo radioativo. Ele costuma ser usado quando o paciente não melhora com o uso de medicamentos, quando não pode usá-los (por apresentar reações adversas) ou quando precisa de um tratamento definitivo do problema por ser portador de uma doença cardíaca, por exemplo.
O iodo radioativo provoca uma intensa inflamação na tireoide, seguida por fibrose dos seus tecidos. Assim, há uma redução na produção dos hormônios tireoidianos.
A cirurgia também pode ser indicada quando os medicamentos antitireoidianos ou a terapia com iodo radioativo não são apropriados.
Nódulos: os nódulos benignos só devem ser tratados cirurgicamente quando crescem muito e causam sintomas compressivos ou um componente mergulhante (a tireoide começa a crescer para o mediastino) ou quando produzem hormônios em excesso.
Já para os nódulos malignos o tratamento consiste na ressecção cirúrgica, com retirada de parte ou toda a glândula, seguido por iodo radioativo em casos específicos.
Também pode ser feito um procedimento percutâneo minimamente invasivo da ablação com a inserção de finas agulhas no nódulo.
Como a radiologia intervencionista pode ajudar?
A radiologia intervencionista é uma especialidade médica que realiza procedimentos diagnósticos e terapêuticos de forma minimamente invasiva.
Ela pode ser usada, por exemplo, para realizar um diagnóstico com a PAAF: punção aspirativa por agulha fina. Nesse caso, é feita a biópsia do nódulo e o médico consegue definir se trata-se de um nódulo benigno ou maligno.
Com a radiologia intervencionista também é possível tratar os nódulos, especialmente os benignos. Nesse sentido, existe uma nova terapia chamada ablação de tireoide, que também utiliza uma agulha bem fina, mas com a ponta quente que esquenta os tecidos do nódulo tireoidiano, queimando-o sem a necessidade de retirar a tireoide.
Tratamento com ablação de tireoide
A ablação é indicada principalmente em bócios nodulares, popularmente chamados de papo, ou em nódulos benignos em duas situações:
- Aumento do volume de tireoide: são os casos dos pacientes que sentem o nódulo, que têm engasgo, rouquidão, ou quando os nódulos ficam muito aparentes na região do pescoço.
- Em casos de câncer: quando os tumores são muito pequenos.
A maior vantagem do procedimento é que ele preserva a função da tireoide. Enquanto na cirurgia a tireoide é removida, na ablação apenas o nódulo é queimado, preservando a função da tireoide.
O procedimento com ablação é feito sob sedação com o mesmo tipo da anestesia usada para fazer outros exames como endoscopia ou colonoscopia. Ou seja, não é uma anestesia geral e sim um sono superficial. Além disso, é aplicada uma anestesia local para o paciente não sentir dor.
Com o auxílio de um aparelho de ultrassom, o médico posiciona uma agulha que gera calor no interior da região de interesse, ou seja, dos nódulos, queimando-os de maneira bem delicada.
De modo geral, por ser um procedimento não invasivo, sem cortes, a alta do paciente é dada algumas horas após a realização da ablação.