Trauma é uma palavra que pode fazer referência a acontecimentos tanto psicológicos como físicos. Enquanto o primeiro envolve eventos inesperados e dolorosos nas emoções, o segundo está associado a casos que provocam lesões físicas por uma ação externa de causas diversas, por exemplo, acidentes domésticos ou automobilísticos. Em consequência, podem afetar de forma grave o corpo, atingindo até mesmo órgãos internos.
Nesta edição, o Dr. Renato Sérgio Poggetti, do Hospital Nove de Julho, explica o que é o trauma, quais são os riscos que acarretam, a importância de buscar atendimento médico especializado e como é feito o tratamento.
Para saber mais, continue com esta leitura completa.
O que é trauma?
A palavra trauma é o termo usado para definir lesões causadas por um evento traumático externo ao corpo e que acontece de forma inesperada. Ele pode causar feridas graves e também afetar órgãos internos, por isso precisa sempre ser avaliado e tratado por um especialista.
E apesar das precauções para se evitarem acidentes, eles podem surgir em decorrência de vários acontecimentos, como quedas; afogamentos; queimaduras; violência; acidentes domésticos; envenenamento e acidentes de trânsito e de trabalho, que são os principais responsáveis por lesões graves, sequelas e até a morte.
De acordo com o Dr. Renato Sérgio Poggetti, “o trauma no corpo humano provoca a aplicação de força com troca de energia cinética que gera deformidades e lesões externas e internas. Essas lesões podem ser visíveis ou invisíveis. Os hematomas, as equimoses, os ferimentos na pele e as fraturas, na maioria das vezes, são visíveis. Por outro lado, as lesões de órgãos internos nem sempre são aparentes e podem provocar alterações fisiológicas que um leigo pode não identificar, mas um médico consegue determinar, como o nível de consciência, a frequência respiratória, a frequência cardíaca e a pressão arterial".
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Diferença entre trauma físico e psicológico
O Dr. Renato Sérgio Poggetti explica que “um trauma psicológico se refere às sequelas emocionais deixadas por uma experiência que causou sentimento de dor e sofrimento. Já o trauma físico é a aplicação de força sobre o corpo humano que provoca uma troca de energia cinética (ou energia do movimento) que gera deformidades e lesões externas e internas no organismo. Um objeto em movimento pode atingir o corpo humano ou o corpo humano em movimento pode colidir com um obstáculo ou um objeto e sofrer a aplicação de forças e, consequentemente, a troca de energia que causa a lesão. A energia cinética é calculada pela massa (do objeto ou do corpo) multiplicada pela velocidade (do objeto ou do corpo) elevada ao quadrado dividido por 2. Por esse motivo, a velocidade do corpo humano em um veículo, por exemplo, ou do objeto que atinge o corpo humano, como um projétil de arma de fogo, são determinantes para confirmar a gravidade do trauma".
Quais são os tipos de trauma físico?
As principais ocorrências tratadas nos hospitais são definidas como detalhamos a seguir.
Trauma contuso – quando não há perfuração da pele, como é o caso de pancadas, quedas, agressões sem armas e incidentes de trânsito.
Trauma penetrante – nesse caso, ocorrem o rompimento e a laceração da pele, como em situações de perfuração por armas de fogo, armas brancas como facas e estiletes ou outros objetos e fraturas expostas.
Trauma misto, contuso e penetrante – já essa situação é a combinação dos dois tipos de ferimentos, mais comuns em acidentes de trânsito e atropelamentos, por exemplo.
O que fazer em caso de evento traumático?
Conforme orienta o Dr. Renato Sérgio Poggetti, “se você presenciou um evento traumático com vítimas ou se deparou com uma vítima de trauma, é importante pedir ajuda pelos telefones de emergência como o 193, do Corpo de Bombeiros, o 192, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), ou o 190, da Polícia Militar. Esses serviços possuem recursos para prestar assistência pré-hospitalar e transportar a vítima até um atendimento médico de emergência. Feito isso, você pode tentar auxiliar a vítima, porém é importantíssimo verificar se existe perigo na cena da ocorrência, pois, ao se aproximar, você poderá se tornar uma vítima também. Exemplos de perigo na cena são trânsito intenso sem controle; incêndio, risco de incêndio ou explosão; derramamento de combustível associado à energia elétrica; violência com tiroteios e depredações.
Caso a cena seja segura, você pode orientar a vítima a não se movimentar para evitar mais lesões e, se ela quiser vomitar, colocá-la deitada de lado para não aspirar o vômito. Em caso de sangramento ativo, você pode proteger as mãos com plástico e comprimir o local para evitar a perda de sangue. Em alguns casos de sangramento de membros, podem-se usar garrotes para estancar a perda de sangue. Existem cursos que ensinam leigos a aplicar garrotes em lesões de membros que apresentam sangramento ativo.
O tratamento ideal do traumatizado deve ser feito no hospital; assim, o transporte rápido para um atendimento de emergência hospitalar é a melhor conduta para tratar essas vítimas".
Trauma raquimedular
Quando a lesão acontece em alguma parte da medula espinhal, ela é chamada trauma raquimedular. Esse tipo de injúria pode causar mudanças nas funções motoras e sensoriais na região do corpo abaixo da lesão e de forma permanente. Tal lesão pode ser completa, quando há a perda total da função, ou incompleta, nos casos em que a perda é parcial.
TCE: trauma cranioencefálico
Os casos em que a lesão física afeta o tecido do cérebro são chamados trauma cranioencefálico (TCE), injúria que pode danificar, de forma temporária ou permanente, a função cerebral. O diagnóstico, nesses casos, é feito por meio de avaliação clínica e com o auxílio de exames de imagem, como a tomografia computadorizada. As principais causas desse evento são quedas, esportes, acidentes automobilísticos e agressões.
Tratamento para o trauma
O acontecimento de um evento traumático requer atendimento imediato para minimizar os danos. Por isso, o cuidado deve ser urgente para o controle de eventual hemorragia e a avaliação do estado geral do organismo, com o objetivo de promover uma intervenção, caso necessário, manter a vida do paciente e evitar sequelas.
“Uma vez feito o atendimento pré-hospitalar, a vítima de trauma deve ser levada para um hospital para receber o atendimento inicial e o tratamento definitivo do traumatizado, que podem requerer cirurgia e/ou internação em Unidade de Terapia Intensiva. Tanto o atendimento inicial como o definitivo devem ser realizados por médicos treinados para essa finalidade.
O atendimento inicial deve considerar a identificação de como e quando foi o trauma e a avaliação das vias aéreas para garantir que elas estejam livres para a oxigenação adequada da vítima. Se houver problemas nas vias aéreas, eles devem ser corrigidos e tratados para assegurar a oxigenação do organismo do doente, para que os pulmões funcionem adequadamente, propiciando uma respiração eficiente.
A perda de sangue deve ser tratada e controlada para garantir a circulação adequada de sangue no corpo da vítima; o estado neurológico do traumatizado deve ser avaliado, e suas alterações devem ser tratadas de imediato. É importante realizar exames de imagem para auxiliar no diagnóstico das lesões para o melhor tratamento, e, se forem necessários, os procedimentos cirúrgicos devem ser feitos o quanto antes. A Unidade de Terapia Intensiva também deve ser usada quando for indispensável. Equipes médicas de trauma e equipes multiprofissionais também devem estar disponíveis para atuar", explica o médico.
Emergência do Hospital Nove de Julho
Entre as especialidades do Hospital Nove de Julho está o atendimento a vítimas de trauma. Somos uma das instituições pioneiras no setor privado de saúde a contar com uma infraestrutura completa tanto médica como hospitalar. Para isso, temos uma equipe multiprofissional de médicos e enfermeiros especializados em casos de alta complexidade disponível 24 horas por dia, além de equipamentos modernos e tecnologia em saúde para atendimento em pronto-socorro, pronto-socorro infantil e pronto atendimento.
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