Atenção: esse órgão desempenha um papel central em todos os processos metabólicos do corpo.
O fígado é uma glândula que compõe o sistema digestório. É o maior órgão do corpo humano, pesando em média 1,3 kg e desempenha diversas funções metabólicas, endócrinas e imunológicas essenciais para uma vida saudável e para o equilíbrio do organismo, como por exemplo:
· Síntese e a degradação de carboidratos, lipídeos e aminoácidos, que desempenham papel no metabolismo de energia;
· Produção de fatores de coagulação do sangue;
· Secreção da bile, importante para a decomposição e absorção de gorduras
· Desintoxicação de substâncias possivelmente nocivas ao organismo.
Quadros de inflamação ou lesão no fígado, capazes de afetar seu pleno funcionamento, são conhecidos na medicina como doenças hepáticas. Justamente devido à importância desse órgão, muitas dessas enfermidades podem até ser fatais ao paciente, principalmente quando ocorre o que chamamos de insuficiência hepática.
Por isso, investir em cuidados gerais e na prevenção de doenças, além de um estilo de vida saudável ao longo dos anos, pode evitar muitas das complicações do fígado. Confira abaixo dicas valiosas sobre o assunto!
Conheça as principais doenças do fígado
De acordo com a American Liver Foundation, importante organização sem fins lucrativos que promove a saúde do fígado e a prevenção de doenças relacionadas ao órgão, existem 29 tipos diferentes de doenças hepáticas.
Abaixo, a Dra. Estela Ramos Figueira, médica da equipe de transplante de fígado do Hospital 9 de Julho, cita e explica as mais recorrentes na população:
· Hepatites virais - Os vírus HAV, HBV e HCV são responsáveis pelas conhecidas hepatites A, B e C respectivamente. Nos casos de infecção por esses vírus, ocorre inflamação e inchaço do fígado, que pode evoluir para quadros mais graves de hepatite aguda ou crônica. A prevenção das hepatites A e B é feita pela vacinação específica, e a prevenção geral das hepatites, incluindo a hepatite C pelo desenvolvimento de hábitos como: nunca compartilhar seringas, barbeadores e agulhas; sempre utilizar preservativo em relações sexuais; evitar o consumo de água não potável e de carnes cruas ou mal cozidas.
· Esteatose hepática (ou fígado gorduroso) – Esse tipo de doença pode ter duas raízes distintas. Quando é provocada pelo consumo excessivo de álcool, pode causar acúmulo de gordura ao redor do fígado, inflamação das células hepáticas e cirrose, fatores que interferem nas funções do órgão podendo levar à sua insuficiência. Outra possibilidade, muito comum atualmente, está associada à síndrome metabólica, relacionada à diabete, obesidade, dislipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos), provocada principalmente por escolhas alimentares ruins e sedentarismo. Esse quadro pode ser igualmente fatal, pois o fígado excessivamente gorduroso fica inflamado, levando a inchaço e danificação permanente no órgão, que pode ser complicado pela evolução para cirrose do fígado, e/ou aparecimento de câncer das células hepáticas.
· Cirrose – Está relacionada à evolução das doenças hepáticas, quando há substituição do tecido normal do fígado por tecido cicatricial não vivo. Tais danos são irreversíveis ao organismo. Conforme a progressão da cirrose, o fígado tem cada vez menos tecido saudável e, na falta de tratamento, pode falhar e não ser capaz de realizar suas funções, indispensáveis para o funcionamento do corpo, determinando o que chamamos de insuficiência hepática.
· Câncer de fígado (ou carcinoma hepatocelular) – É um tumor maligno que começa no fígado e adoece as células hepáticas. É chamado de câncer primário do fígado, apresentando maior incidência relacionada à cirrose do fígado em geral e também à hepatite por esteatose, mesmo nos casos ainda sem cirrose. Destaca-se que a incidência desse tipo de tumor no fígado normal é muito rara. O tratamento com potencial de cura inclui a remoção do tumor por procedimento cirúrgico, em casos selecionados que apresentam boa função do fígado, e principalmente o transplante hepático. Além disso podem ser realizados outros tratamentos paliativos que incluem opções como quimioembolização intra-arterial, quimioterapia sistêmica, e até radioterapia.
· Doenças hereditárias, como hemocromatose e doença de Wilson –
São doenças genéticas relativamente raras, que apresentam em comum a retenção e armazenamento no fígado de determinados elementos químicos, que quando atingem níveis altos levam a toxicidade e lesão do fígado. Na hemocromatose, o ferro, encontrado em diversos alimentos, se acumula em determinados órgãos, especialmente no fígado, enquanto na doença de Wilson, o fígado fica preenchido por grandes quantias de cobre. Esses metais danificam e acumulam-se em outros órgãos além do fígado, como coração e sistema nervoso central. Ambos os quadros podem causar cirrose e falência hepática, levando à necessidade de um transplante de fígado.
A estratégia de gerenciamento para qualquer doença hepática é uma combinação de tratamento dos sintomas e das complicações que surgem com terapias medicamentosas relevantes para melhorar o prognóstico do quadro. Felizmente, tais métodos de tratamento estão expandindo-se cada vez mais, destacando-se o transplantes de fígado para os quadros mais graves, que têm apresentado ótimos resultados, elevando as possibilidades de tratamento os pacientes acometidos pela doença hepática. No entanto, a prevenção continua sendo sempre a melhor escolha para valorizar a vida!
Entenda como você pode se prevenir
"O fígado é um órgão vital, a falência hepática é incompatível com a vida. Por isso, ter uma vida com hábitos alimentares saudáveis acompanhado de atividade física, com a vacinação contra hepatites A e B em dia, aliado à realização de exames regulares, é a melhor forma para a manutenção da saúde e detecção das doenças em fase mais inicial, possibilitando o tratamento precoce", alerta a Dra. Estela.
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A especialista finaliza destacando a preparação do H9J para atender casos dessa natureza com eficácia e precisão: "O Hospital 9 de Julho está totalmente equipado para o tratamento e acompanhamento da doença hepática, desde os casos iniciais da doença até os casos mais graves que necessitam do transplante de fígado. Nós dispomos de equipes especializadas de hepatologistas, cirurgiões, radiologistas intervencionistas e oncologistas, e os equipamentos mais avançados necessários para o tratamento desses doentes".
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