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5 minutos de leitura

Cistite: o que é, sintomas, como é feito o diagnóstico e qual o tratamento indicado

Ter vontade constante e urgente de urinar – mesmo que sejam eliminadas poucas quantidades de urina na hora da micção – e sentir dor ao fazê-lo
MH
Dr. Marcelo Hisano - Cardiologista Atualizado em 03/06/2022

A cistite é uma inflamação na bexiga que pode ser provocada por infecção bacteriana, mas existem outros tipos da doença que podem ter origem não infecciosa. Normalmente, a cistite é confundida com infecção urinária, mas não é a mesma coisa.

Nesta edição de nosso blog, você vai saber quais são as caraterísticas da cistite e suas causas. Quem explica o assunto é o Dr. Marcelo Hisano, urologista do Hospital Nove de Julho. Tire as principais dúvidas sobre o tema.

O que é cistite?

Conforme explica o Dr. Marcelo Hisano, “a cistite é uma inflamação na bexiga que pode ou não ser causada por alguma infecção. A infecção bacteriana é a causa mais comum de cistite e, normalmente, as bactérias responsáveis pela condição não são adquiridas de outras pessoas ou locais,  são oriundas da própria pessoa – elas habitam, com frequência, a parte final do intestino do indivíduo. A bactéria Escherichia coli, que faz parte do intestino e é importante no processo digestivo, é responsável pela maioria das cistites bacterianas, sendo encontrada em torno de 80% dos casos. Caso ela contamine a uretra, provoca a chamada uretrite; na bexiga, provoca a cistite; e se ocorrer nos rins, acarreta a pielonefrite".

O médico esclarece ainda que, “apesar de a cistite afetar homens e crianças, as mulheres são as mais propensas à doença, por causa da própria anatomia do corpo. Isso porque a uretra da mulher é mais curta e fica mais próxima do ânus quando comparada com a uretra masculina, o que faz com que os micro-organismos se aproximem do canal urinário com mais facilidade. Quando essas bactérias invadem o sistema urinário pela uretra, fazendo o caminho inverso da urina, podem ocasionar infecções.

A vagina apresenta proteção natural contra essa invasão bacteriana. A principal é o pH vaginal, que é ácido, mantido pelos lactobacilos. O próprio ato miccional também é um fator protetivo, pois “empurra" as bactérias para fora da bexiga e da uretra. Já os homens com mais de 50 anos podem começar a apresentar aumento da próstata e alterações no funcionamento da micção, o que leva à dificuldade e retenção de urina e, por isso, podem também começar a ter mais cistite".

Cistite: sintomas da doença

Além da vontade de urinar frequentemente, a cistite pode manifestar-se por meio de outros sintomas, como:

▪ ardência na hora da micção;

▪ desejo frequente de urinar;

▪ eliminação de pouca urina;

▪ dor na bexiga, no baixo-ventre e nas costas;

▪ sangue na urina;

▪ em casos graves, febre.

Situações especiais de cistite

As cistites bacterianas são as mais frequentes, mas existem outros tipos e situações especiais, em que a devida avaliação médica é necessária para auxiliar no diagnóstico e na proposta de um tratamento adequado.

 

Cistite intersticial

Trata-se de uma doença pouco comum, que apresenta sintomas de cistite semelhantes aos já mencionados, mas sem a identificação de bactérias como agentes causadores. Em geral, o diagnóstico é feito depois da exclusão de vários fatores e causas, o que torna raro afirmar a presença dessa situação com apenas um episódio de sintoma. Essa condição é mais frequente em mulheres do que em homens.

Cistite de repetição

Essa situação especial é aquela em que a mulher começa a apresentar cistites repetitivas apesar do tratamento adequado de cada episódio. Considera-se cistite de repetição quando se apresentam duas cistites bacterianas confirmadas por meio de exames no período de seis meses ou três cistites no período de um ano. Esta é uma condição comum e a procura por avaliação médica, nesses casos, deve ser sempre realizada.

Cistite fúngica

Esse caso caracteriza a infecção por fungos, sendo pouco frequente. Costuma afetar pessoas com diabetes grave, situações de alteração importante da imunidade, pessoas internadas que estão em uso prolongado de antibióticos, em geral intravenosos, ou aquelas em uso crônico de cateteres urinários. O agente dessa infecção não é contagioso, mas pode se proliferar em regiões úmidas, com mudanças no pH e baixa imunidade.

Cistite na gravidez

Durante a gestação, a mulher também pode desenvolver cistite, com sintomas muito semelhantes aos já citados anteriormente. Nesse caso, o tratamento deve ser realizado o quanto antes, pois sabe-se que infecção urinária na gravidez é um fator que pode levar ao abortamento e desencadear trabalho de parto prematuro. Portanto, muito cuidado nessa situação!

Bactéria na urina

Existe uma situação na qual bactérias são encontradas na urina, mas não há cistite, ou seja, não há a manifestação clínica como já mencionada. Diante desse quadro, é necessária uma avaliação médica adequada para identificar a necessidade ou não de tratamento. De maneira geral, mulheres grávidas precisam de recurso terapêutico uma vez que essa condição pode afetar a gestação.

Quais fatores podem facilitar o surgimento da cistite?

Diversas condições podem favorecer o desenvolvimento da condição:

▪ mudanças na imunidade;

▪ diabetes;

▪ doenças na próstata;

▪ incontinência urinária;

▪ uso crônico de forros ou absorventes;

▪ disfunção miccional;

▪ menopausa e ressecamento vaginal;

▪ corrimento vaginal;

▪ período menstrual;

▪ frequência sexual;

▪ sexo com penetração e hábitos sexuais;

▪ uso de sonda vesical ou cateter;

▪ fatores genéticos e história familiar da doença.

Cistite: tratamento para a doença

O tratamento será avaliado por um médico de acordo com as causas da doença. Em casos de cistites infecciosas, pode ser indicado o uso de antibióticos conforme o tipo de bactéria detectado no exame de urina. Além disso, é sempre indicado identificar e tratar os fatores de risco das cistites, assim como associar mudanças de hábitos e medidas de prevenção.

O tratamento adequado deve ser seguido com muita atenção, uma vez que há a possibilidade de retorno da cistite na forma de quadros mais graves, como infecções renais, por exemplo, que podem exigir até internação hospitalar.

Cistite: como prevenir

“Prevenir sempre é melhor que remediar." Essa frase muito ouvida em cuidados de saúde também vale para as cistites. A prevenção da doença em mulheres envolve diversas medidas. De maneira geral, recomenda-se:

▪ ingerir água frequentemente;

▪ evitar longos períodos sem urinar;

▪ manter a higiene íntima adequada e sem excessos;

▪ urinar após o ato sexual;

▪ evitar uso de forros íntimos sem necessidade.

 

Tratamento no Hospital Nove de Julho

A urologia é a especialidade que trata dos problemas do sistema urinário – rins, ureter, bexiga e uretra – tanto de homens como de mulheres. O público feminino pode ficar mais seguro com a inclusão dessa consulta no check-up anual.

Saiba mais sobre temas relacionados em: doenças renais.

Escrito por
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Dr. Marcelo Hisano

Cardiologista
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