O ano de 2020 vem chegando ao fim, e com ele aumentam as expectativas para as celebrações de fim de ano e o verão. Sabemos que este ano será diferente, sem festas e aglomerações, mas é um momento de comemorações, e entendemos que é comum neste período que as pessoas consumam mais bebidas alcoólicas.
Por isso, é preciso estar atento aos cuidados com a saúde do fígado. Exagerar no álcool pode causar sérios danos à saúde. Portanto, aproveite, mas com cuidado!
Neste blog, vamos falar sobre o que a alta ingestão de álcool pode causar e também os cuidados necessários para a prevenção.
Quais são os sinais de alerta característicos dessas complicações?
O que acontece no nosso corpo após a ingestão de grandes quantidades de álcool? Como o fígado metaboliza os excessos? A Dra. Estela Regina Ramos Figueira, médica responsável de Equipe de Transplante de Fígado do Hospital 9 de Julho, explica como funciona esse processo e como o fígado pode sofrer consequências severas com a ingestão de álcool.
"Uma pequena parte do álcool ingerido já é absorvido pela língua e mucosa bucal, depois outra parte é absorvida no estômago. Mas o maior volume de absorção ocorre no intestino. Essa absorção significa que o álcool caiu direto na circulação sanguínea, passando imediatamente pelo fígado, onde sofre ação das enzimas aldeídodesidrogenase (ADH), que o transforma em acetaldeído, enzima extremamente tóxica. O acetaldeído sofre ação de outras enzimas até ser depurado no organismo. Esse trabalho acaba sobrecarregando o fígado e, quanto maior a ingestão de álcool, mais esse órgão é deteriorado pela agressão aguda e crônica das células hepáticas", explica a Dra. Estela.
O fígado também tem a função de regular os níveis de açúcar no sangue, sendo responsável por administrar uma reserva de glicose, mas quando está ocupado metabolizando a bebida ingerida, o órgão perde a capacidade de agir nesse sistema e tem sua reserva consumida pelo álcool, o que pode levar a pessoa a ter uma crise de hipoglicemia (falta de açúcar no sangue).
Entenda como você pode se prevenir
"Para evitar a sobrecarga do fígado é importante limitar a ingestão de bebida alcoólica. Beba devagar, uma vez que o órgão é capaz de metabolizar apenas 10 gramas de álcool por hora. Isso equivale a meia taça de vinho ou uma lata de cerveja. O consumo de, por exemplo, 40 gramas em 2 horas ou menos, já pode levar ao aparecimento de gordura no fígado. Além disso, ingerir alimentos ricos em proteínas e carboidratos ajuda a diminuir a velocidade de absorção de álcool pelo intestino, dando tempo para o órgão metabolizar melhor o que vai sendo consumido", afirma a especialista.
Outra dica é beber muita água antes, durante e depois de consumir álcool e, toda vez que for urinar, beba algo não alcoólico como água, suco ou refrigerantes, esses últimos com açúcar para ajudar a balancear o trabalho do fígado.
Se o consumo em excesso de álcool extrapola as festas ou o período de férias e se torna mais frequente, as lesões provocadas no fígado aumentam e o corpo passa a ter menos tempo e capacidade de regenerar as células. O consumo diário de mais de 30 gramas de álcool já aumenta o risco de doença hepática, sendo o uso contínuo, com ingestão crônica por mais de 10 anos de pelo menos 80 gramas de álcool apresenta um risco alto de doença do fígado (cirrose) de quase 100%.
"O fígado é um órgão vital, a falência hepática é incompatível com a vida. Por isso, ter uma vida com hábitos alimentares saudáveis acompanhados de atividade física, com a vacinação contra hepatites A e B em dia, aliado à realização de exames regulares, é a melhor forma para a manutenção da saúde e detecção das doenças em fase inicial, possibilitando o tratamento precoce", alerta a Dra. Estela Figueira.
Conte com os nossos serviços!
A especialista finaliza a matéria destacando a preparação do H9J para atender com eficácia e precisão para casos dessa natureza: "O Hospital 9 de Julho está totalmente equipado para o tratamento e acompanhamento da doença hepática, desde os casos com sintomas iniciais, até os casos mais graves que necessitam do transplante de fígado. Nós dispomos de equipes especializadas de hepatologistas, cirurgiões, radiologistas intervencionistas e oncologistas, e todos os equipamentos de ponta necessários para o tratamento desses pacientes".