O câncer ginecológico tem alta incidência no nosso país, porém tem um desenvolvimento relativamente lento e pode ser detectado nas fases iniciais, ou mesmo quando a lesão ainda é uma lesão pré-câncer. Isso, através da realização da consulta ginecológica de rotina e do exame preventivo. Por esse motivo é de extrema importância que a realização desse exame seja uma prioridade e que ocorra periodicamente, possibilitando, assim, a detecção da doença nos estágios iniciais. Neste caso, as probabilidades de cura são bastante elevadas.
No Brasil, em média, por ano, temos os seguintes números de novos casos e mortalidade:
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Câncer de colo uterino: 16.590 novos casos/ano, com 6.300 mortes/ano
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Câncer de ovário: 6.600 novos casos/ano, com 3.900 mortes/ano
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Câncer de corpo uterino: 6.500 novos casos/ano, com 1.400 mortes/ano
O tratamento desses tipos de câncer é feito por um oncoginecologista, isto é, um ginecologista especializado em oncologia (área médica que trata de tumores e câncer), responsável por diagnosticar, tratar e realizar cirurgias em cânceres dos órgãos reprodutivos femininos.
Além de uma residência de obstetrícia e ginecologia por quatro anos, os oncologistas ginecológicos também passam por mais dois a quatro anos de treinamento especializado. Seu papel é essencial para que haja um tratamento melhor instruído e de maior qualidade.
Vários estudos sugerem que o manejo primário por oncologistas ginecológicos resulta em um uso eficiente dos recursos de assistência à saúde e minimiza a potencial morbidade associada à radiação adjuvante, isto é, se assistidas por um Ginecologista Oncológico, mulheres portadoras de câncer ginecológico apresentam um melhor prognóstico.
Condições tratadas por um oncoginecologista:
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Cancro do ovário;
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Câncer cervical e displasia cervical;
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Câncer endometrial (uterino);
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Neoplasia trofoblástica gestacional;
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Câncer vaginal ou vulvar e displasia vulvar;
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Remoção das trompas de falópio.
Dados importantes sobre os cânceres ginecológicos
O Dr. Milton Wajman, oncoginecologista do Hospital 9 de Julho, apresentou alguns detalhes e números referentes aos cânceres ginecológicos.
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O câncer de colo uterino, quando diagnosticado precocemente, apresenta cura em quase 100% dos casos. Muitas vezes pode ser causado por desdobramentos do HPV.
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“O câncer de ovário não é o mais frequente, mas é o mais agressivo e com menores chances de cura. 70% das vezes o diagnosticamos já em estado avançado”, comenta o médico.
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Já o câncer de vulva é uma neoplasia rara, pois corresponde a 1% das neoplasias malignas das mulheres e a 3-5% das neoplasias malignas do trato genital feminino. Dr. Milton também afirma que essa patologia tem como incidência 1 a 2 casos por cada 100.000 mulheres/ano, apresentando uma frequência maior em mulheres com idade superior à 70 anos.
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Ainda segundo o oncoginecologista, o câncer de vagina é raro e corresponde de 1 a 2% dos tumores malignos ginecológicos. “Esse tipo de câncer fica posicionado em 5º lugar na incidência entre neoplasias malignas do trato genital feminino e, geralmente, atinge pacientes maiores de 60 anos”, ressalta.
Quais são os sinais para buscar um oncoginecologista?
Caso você tenha recebido - possivelmente do seu ginecologista - um diagnóstico comprovando a existência de células pré-cancerosas, é interessante se consultar com um oncoginecologista. Além disso, as mulheres que foram diagnosticadas com os cânceres acima citados devem considerar procurar esse profissional para receber assistência especializada, desde a fase de diagnósticos, até tratamentos e área cirúrgica.
Prevenção
É fato que a prevenção é a melhor forma de manutenção da saúde - nesse caso, isso significa que é muito importante visitar periodicamente seu ginecologista. Afinal, a identificação precoce de um câncer ou do estágio preciso dessa patologia pode se tornar uma questão vital para alguns pacientes.
Os oncoginecologistas são os médicos mais bem treinados para realizar o estadiamento cirúrgico. O estadiamento é o método pelo qual os médicos classificam o estágio do câncer na pelve durante o procedimento cirúrgico real. Prevenindo-se através da realização de exames como este, com um profissional especializado, a paciente pode dar início imediato às diversas formas de tratamento e, assim, ter maiores chances de regressão da doença.
Além de prezar sempre por uma alimentação equilibrada e pela redução dos estresses diários, a manutenção de hábitos de higiene saudáveis, claro, também está altamente relacionada à prevenção. Acredite, esses são pequenos hábitos que fazem muita diferença.
O Dr. Milton Wajman, oncoginecologista do Hospital 9 de Julho, afirmou que as maiores chances de sucesso dos tratamentos estão nas pacientes que não apresentam os quadros de tabagismo e obesidade, e ressaltou:
“Sendo feitas consultas ginecológicas de rotina e – se houver necessidade – a realização de exames subsidiários, sempre aliados a uma boa alimentação, a atividade física, a uma higiene adequada e ao uso de contracepção (para evitar doenças sexualmente transmissíveis), conseguimos apresentar grandes chances de cura”.
Principais exames preventivos
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Papanicolau: detecta doenças como o câncer do colo do útero e infecções por fungos, herpes e verrugas no órgão genital feminino. Uma espátula especial é usada para coletar material do colo uterino da mulher, analisado depois em laboratório. Deve ser feito anualmente, um ano após o início da atividade sexual.
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Colposcopia, Vulvoscopia e pesquisa de HPV: são exames que complementam o Papanicolau, através da visualização ampliada do órgão genital através de aparelho semelhante a um microscópio. São realizados como rotina ou para o planejamento do tratamento de infecções causadas por DSTs.
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Ultrassom transvaginal: uma sonda é usada para detectar doenças ginecológicas como cistos nos ovários, miomas, endometriose ou tumores.
Para marcar consultas e exames, ligue para 11 3147-9430.