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Trauma

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Trauma raquimedular: o que é, quais são as consequências e o qual é o tratamento indicado?

O trauma raquimedular manifesta diversos sintomas de acordo com a gravidade da condição e a região que foi atingida.
RP
Dr. Renato Poggetti - Ortopedista Atualizado em 14/06/2022

Você sabe o que é um trauma raquimedular? É uma lesão que afeta a região da medula espinhal e pode prejudicar o funcionamento da parte motora e sensorial do corpo. Essa lesão acontece de forma completa ou parcial: na primeira, com perda total das funções motora e sensitiva e, na segunda, com o comprometimento de uma parte dessas funções.

 

As causas mais comuns que podem provocar o trauma raquimedular são os eventos de trânsito, as quedas, os ferimentos por arma de fogo e os mergulhos em águas rasas. A assistência médica imediata e especializada é fundamental para evitar danos maiores ou para o correto acompanhamento do acidentado, garantindo melhor qualidade de vida do paciente após a lesão. 

O Dr. Renato Poggetti, coordenador do Centro de Trauma do Hospital Nove de Julho, explica o que é o trauma raquimedular e fala de suas principais causas.

Trauma raquimedular: o que é?

De acordo com o Dr. Renato Poggetti, o trauma raquimedular é uma lesão que afeta a medula espinhal e pode provocar danos neurológicos, entre os quais estão as funções sensitivas e motoras. Essa lesão acontece, na maior parte dos casos, em pessoas do sexo masculino, na faixa etária entre 15 e 40 anos. 

Quais são os sintomas do trauma raquimedular?

O trauma raquimedular manifesta diversos sintomas de acordo com a gravidade da condição e a região que foi atingida. Os resultados dessa lesão podem ser paraplegia, que afeta parte do tronco e os membros inferiores, ou tetraplegia, quando atinge o corpo todo do pescoço para baixo. Conheça os principais sintomas:

▪ perda do controle das funções do intestino e da bexiga;

▪ mudança ou perda da sensibilidade em relação à dor, ao toque, ao calor ou ao frio;

▪ comprometimento da função sexual;

▪ perda dos movimentos;

▪ sensação de formigamento ou dor;

▪ dificuldade para respirar;

▪ espasmos musculares;

▪ reflexos exacerbados.

Quais são as causas do trauma raquimedular?

As causas mais comuns que levam ao trauma raquimedular são ocorrências como quedas de lugares altos, mergulho em águas rasas, lesões provocadas por armas de fogo e colisões automobilísticas ou motociclísticas. Nesses episódios, há a possibilidade de danos na medula espinhal, dos quais o paciente pode se recuperar de forma completa (lesão transitória) ou então ficar paralisado de forma permanente no nível abaixo da lesão (transecção completa).

Quando procurar ajuda médica?

O atendimento médico deve ser imediato depois do acontecimento de um evento que possa ter originado o trauma raquimedular. É importante evitar mover a pessoa e deve-se ligar o mais rápido possível para a emergência médica.

Quais podem ser as consequências do trauma raquimedular?

Os riscos em relação ao trauma raquimedular são as complicações neurológicas, que afetam os nervos periféricos, as raízes nervosas e a medula. As principais consequências fisiológicas são:

▪ lesão por pressão;

▪ choque medular;

▪ choque neurogênico;

▪ mudanças psicossociais;

▪ infecções;

▪ trombose venosa profunda;

▪ disreflexia autônoma;

▪ disfunção na bexiga e no intestino;

▪ espasticidade;

▪ pneumonias.

Como diagnosticar o traumatismo raquimedular?

O diagnóstico do traumatismo raquimedular é feito depois da avaliação da ocorrência da lesão na medula espinhal e de sua gravidade. Para isso, muitas vezes pode ser indicada uma radiografia para detectar alterações nas vértebras, fraturas ou outras ocorrências na coluna. Outro exame recomendado pode ser a tomografia computadorizada, a fim de analisar as alterações que foram vistas, ou não, nas radiografias ou então uma ressonância magnética, para detectar outras condições que podem estar pressionando a medula.

Qual o tratamento indicado para o traumatismo raquimedular?

Embora não seja possível reverter uma lesão da medula espinhal, é possível evitar a piora do quadro. Para isso, pode ser sugerida, em alguns casos, cirurgia para a retirada de corpos estranhos e fragmentos. 

Além disso, é preciso contar com uma equipe multidisciplinar com enfermeiro, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, nutricionista, neurocirurgião e ortopedista, entre outros. O tratamento será voltado para a adaptação do paciente, bem como para evitar o agravamento das lesões e promover mais qualidade de vida.

Centro de Trauma do Hospital Nove de Julho

O Centro de Trauma do Hospital Nove de Julho conta com infraestrutura completa de pronto-socorro, centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva (UTI), centro de diagnóstico por imagem e banco de sangue, com apoio de laboratório e profissionais especializados.

O centro dispõe de equipe multidisciplinar pronta para tratar traumas penetrantes (por armas de fogo, armas brancas, estiletes e lesões abertas) e traumas contusos (eventos de trânsito, colisão de automóveis, motocicletas e bicicletas, atropelamentos, acidentes de trabalho, quedas de alturas elevadas, explosões, queimaduras e agressões).

Para mais informações, acesse Centro de Trauma do Hospital Nove de Julho .

Escrito por
RP

Dr. Renato Poggetti

Ortopedista
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Dr. Renato Poggetti

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